Declaração

Lula diz que Bolsonaro se escondeu nos Estados Unidos com medo de o encarar na posse

Durante entrega de unidades do Minha Casa Minha Vida, presidente fez acenos a prefeitos e prometeu retomar obras paradas

Lula fez a declaração na retomada do Programa Minha Casa Minha VidaLula fez a declaração na retomada do Programa Minha Casa Minha Vida - Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta terça-feira (14) que o seu antecessor Jair Bolsonaro não teve coragem de encará-lo de frente durante a posse no dia 1º de janeiro. A declaração foi dada durante evento de entrega de unidades habitacionais para marcar a retomada do programa Minha Casa Minha Vida na cidade de Santo Amaro (BA),

— O nosso Bozo (Bolsonaro), que foi se esconder nos Estados Unidos, não teve coragem de me encarar de frente e me passar a posse como uma pessoa normal faz — disse Lula, em seu discurso.

O ex-presidente está nos Estados Unidos desde o dia 30 de dezembro e não participou da cerimônia de posse. Durante o evento na Bahia, que teve a presença de seis ministros, o petista ainda afirmou que ninguém no seu governo pode errar para não penalizar o povo. Disse também que o país tem 14.800 obras paradas e que elas serão retomadas.

Além disso, o presidente também fez um aceno a prefeitos. Relatou que a sala da Caixa Econômica Federal para atender chefes de executivos municipais foi reaberta.

— Companheiros prefeitos, o governo federal não faltará com vocês.

No evento na Bahia, Lula entregou 684 unidades em dois conjuntos habitacionais (Vida Nova Santo Amaro 1 e Residencial Vida Nova Sacramento) da cidade de Santo Amaro e assinou a medida provisória (MP) que retoma oficialmente o programa.

O presidente também anunciou a retomada das obras de 5.562 unidades habitacionais em cinco municípios: Rio Largo, em Alagoas (609); Chapadinha, no Maranhão (868); Imperatriz, também no Maranhão (2.837). Também integram a lista Governador Valadares, em Minas Gerais (240) e Belém, no Pará (1.008). Ao todo, o governo federal assegurará continuidade ou retomada de obras de 186,7 mil moradias em todo o país.

No novo formato, o Minha Casa, Minha Vida terá a inclusão da locação social, a possibilidade de aquisição de moradia urbana usada e a inclusão de famílias em situação de rua. As novas construções estarão mais próximas a comércio, serviços e equipamentos públicos, molhando a infraestrutura no entorno da residência.

Participaram da cerimônia os ministros Rui Costa (Casa Civil), Jader Filho (Cidades), Renan Filho (Transportes), Márcio França (Portos e Aeroportos), Wellington Dias (Desenvolvimento, Assistência Social e Combate à Fome), Márcio Macedo (Secretaria-Geral), a presidente da Caixa Econômica Federal, Maria Rita Serrano e o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues.

O Minha Casa, Minha Vida foi relançado simultaneamente em cerimônias pelo país com a presença de ministros de estado. A ministra da Cultura, Margareth Menezes, está em Lauro de Freitas (BA); o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, participa do evento em Contagem (MG); a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, participa em Aparecida de Goiânia (GO) e a ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, em João Pessoa (PB).

Um dos principais pontos da nova versão do Minha Casa, Minha Vida é a retomada da Faixa 1. Agora, famílias com renda mensal de até R$ 2.640 passarão a ter acesso à essa faixa do programa habitacional.

Antes, a renda exigida era de R$ 1.800. A mudança foi divulgada pelo Palácio do Planalto. A faixa 1 contempla os beneficiários de menor renda e permite o acesso a moradias subsidiadas, em que o governo banca entre 85% e 95% do valor da casa. O restante do valor é pago em prestações praticamente simbólicas.

No governo de Jair Bolsonaro, o Minha Casa, Minha Vida, marca dos governos petistas anteriores, foi substituído pelo Casa Verde Amarela, que não fez contratações na Faixa 1 do programa.

A meta é contratar, até 2026, dois milhões de moradias, segundo o governo. Agora, o governo quer que até 50% das unidades financiadas e subsidiadas sejam destinadas para a faixa 1.

A tentativa de uma agenda positiva para o governo ocorre num momento em que Lula concentra sua artilharia no Banco Central. Enfrentando sucessivas crises desde que tomou posse, o governo ainda não conseguiu emplacar uma agenda positiva.

Lula quer que o governo acelere entregas para a população rapidamente. O presidente avalia que se a nova gestão demorar para implantar políticas públicas, haverá cobranças da população. O petista abordou o assunto na primeira reunião ministerial do novo governo no dia 6 de janeiro. Desde então, Rui Costa vem cobrando os colegas de Esplanada para que obras e programas sejam apresentados.

Durante reunião do diretório do PT, Rui Costa disse que Lula pediu a organização de uma agenda semanal de retomada de projetos de investimentos do governo. A ação já começou na última semana, com o anúncio de R$ 600 milhões de investimento para redução das filas de cirurgia pelo SUS no Rio de Janeiro e terá continuidade com o relançamento do Minha Casa, Minha Vida na Bahia

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