Lula diz que chapa com Alckmin depende de filiação de ex-tucano a 'partido político adequado'
Ex-governador de São Paulo estuda filiar-se ao PSB, de centro-esquerda, ou ao PSD de Gilberto Kassab, de centro-direita
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quarta-feira que a eventual chapa com o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin como vice depende da escolha do ex-tucano sobre em qual partido deverá se filiar. Alckmin mantém conversar mais avançadas com o PSB, mas foi convidado, também, pelo PSD de Gilberto Kassab.
Em entrevista à rádio CBN Vale do Paraíba, de São José dos Campos (SP), Lula teceu elogios ao ex-adversário político, a quem chamou de "companheiro", e afirmou que a eventual aliança seria benéfica tanto para o ex-tucano quanto para o ex-presidente.
— Se a gente vai fazer uma chapa comum depende (...) de eu ser candidato e da filiação do companheiro Alckmin a um partido político adequado que faça aliança com o PT. Espero que o PT compreenda a necessidade de fazer aliança — afirmou.
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O ex-presidente lidera com ampla vantagem todas as pesquisas de intenção de voto para as eleições presidenciais deste ano.
Questionado sobre que papel Alckmin poderia exercer em um eventual novo governo do PT, Lula comparou o ex-governador paulista a José de Alencar, vice do petista em seus dois mandatos presidenciais.
— Se tem alguém que tem experiência de ser vice é o Alckmin, que foi vice do Mario Covas (ex-governador paulista, morto em 2001). O vice está lá para contribuir, para participar. O Zé Alencar participava de todas as reuniões que eu fazia. Quando eu fazia reunião de governo, o Zé Alencar participava, falava, dava opinião, representava o governo. (...) Sempre terei dificuldade, e o Alckmin sabe disso, de encontrar alguém para substituir um companheiro como o Zé Alencar — disse Lula.
O ex-presidente afirmou que confia em Geraldo Alckmin e que sempre manteve boa relação com o ex-adversário. Os dois, no entanto, disputaram a eleição presidencial de 2006 em uma campanha na qual Alckmin questionava a responsabilidade de Lula no caso de corrupção do mensalão.
— Quando você escolhe uma pessoa para vice, estabelece uma relação de confiança. Não é uma pessoa distante, é o cara que tem que estar na sala, na cozinha, em todo o lugar com o presidente. Ele faz parte da governança do país. (...) Eu tenho confiança no Alckmin, eu fui presidente por oito anos e tive relações com o Alckmin, sempre foram relações de respeito, institucionais — afirmou o petista.