Logo Folha de Pernambuco

PRESIDENTE DO BRASIL

Lula diz que é preciso regular internet ao citar fake news sobre tragédia no Rio Grande do Sul

Estado que passa pela maior enchente de sua história

Presidente LulaPresidente Lula - Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, nesta terça-feira (7), que trabalha com a vontade de que, em algum momento, "o Congresso Nacional, a sociedade brasileira e os internautas do mundo se deem conta de que é preciso existir uma certa regulação" da internet. A declaração foi dada após o petista afirmar que "tem muitas fake news sobre o Rio Grande do Sul", Estado que passa pela maior enchente de sua história e tem pelo menos 385 cidades atingidas pelas fortes chuvas.

Para o chefe do Executivo, é necessário utilizar a tecnologia para promover "uma melhoria civilizatória da humanidade, e não uma piora". Durante o programa "Bom dia, Presidente" - uma versão do "Bom Dia, Ministro" - da EBC, Empresa Brasil de Comunicação, Lula disse que "o bicho está solto, tem muita gente ruim, tem muita gente falando mentira e pregando ódio".

Em relação aos trabalhos na região, o presidente disse que viu, ontem, "vídeo de gente desacreditando das Forças Armadas" e "desmerecendo as pessoas que estão trabalhando" no Estado. Para ele, "um país que tem os seres humanos com tamanha bondade como o Brasil, não merecia essa indústria de fake news, mentirosa e até ‘canalha’ que vive pregando mentira e deturpando falas".

A indignação do presidente se deu porque, de acordo com ele, há uma grande quantidade "de pessoas que estão trabalhando (no Estado), não só das Forças Armadas, das Polícias Militar, Civil e Federal, da Força Nacional, não apenas as pessoas que ganham salário para trabalhar, mas também voluntários". "O que mais me apaixona é a quantidade de gente no Brasil inteiro preocupada em ajudar o Rio Grande do Sul", completou Lula.

As informações falsas que circulam sobre a tragédia climática no Estado gaúcho, como um vídeo que atribui o resgate de vítimas apenas ao governo de São Paulo, na opinião do petista apenas atrapalham e "não ajudam" a melhorar a situação. "Um país não pode ir para frente desse jeito", afirmou o presidente.

Citando a destinação de emendas parlamentares para auxiliar as vítimas do desastre, Lula disse que apesar de ter muita gente querendo ajudar o Estado, que já registra 85 mortes em decorrência da tragédia, "é preciso tomar cuidado porque tem gente que não quer ajudar, que está apostando na desgraça e quer que não dê certo".

Ao ser questionado sobre o clima de união no País, incentivado pela busca de auxílio às vítimas gaúchas, o presidente respondeu que sente que o clima melhorou "e tende a melhorar mais" porque as pessoas estão vendo "que o governo está trabalhando". Ele ainda afirmou que a população vai "começar a deixar de lado as pessoas raivosas, mentirosas e que pregam o ódio".

Assim como alguns apoiadores do presidente, durante a entrevista, Lula citou as enchentes que ocorreram no sul da Bahia e em Minas Gerais em 2021, quando o então presidente Jair Bolsonaro (PL) viajou de férias para o litoral paulista e para Santa Catarina e disse que esperava "não ter que retornar antes" do previsto por causa da situação.

O chefe do Executivo disse que é importante relembrar o momento para que as pessoas não acreditem em informações falsas e vejam que o governo Lula está trabalhando para lidar com as chuvas no Sul do País que, segundo um prognóstico realizado nesta segunda-feira, 6, deve persistir por ao menos mais 10 dias na Grande Porto Alegre.

Nesta quarta-feira (8), o Navio-Aeródromo Multipropósito (NAM) "Atlântico", o maior navio de guerra da América Latina, será enviado ao Estado pela Marinha do Brasil para apoiar a população que sofre com escassez de água, combustível, mantimentos e profissionais da saúde. O objetivo é que, com a chegada da embarcação e de demais navios, as equipes de resgate recebam reforços para continuar com o trabalho de salvamento de moradores ilhados.

De acordo com o último balanço da Defesa Civil, divulgado nesta segunda-feira, 6, quase 154 mil pessoas estão desalojadas e mais de 47 mil estão em abrigos públicos. Os desaparecidos somam 134 e, ao todo, mais de 1 milhão de pessoas já foram afetadas pelas chuvas.
 

Veja também

Ministro do STJ chama autismo de ''problema'' e diz que clínicas promovem ''passeio na floresta''
DECLARAÇÃO

Ministro do STJ chama autismo de ''problema'' e diz que clínicas promovem ''passeio na floresta''

Tarcísio diz que abusos da PM de SP serão severamente punidos
Tarcísio de Freitas

Tarcísio diz que abusos da PM de SP serão severamente punidos

Newsletter