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Brasil

Lula diz que "nunca teve problemas em conviver com as Forças Armadas"

Lula afirmou que indicará nomes "no momento certo" e negou crise

O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da SilvaO presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva - Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

Em Portugal, onde se encontrou com o presidente Marcelo Rebelo de Sousa para uma reunião bilateral, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que não há crise pela indefinição de nomes para integrar o núcleo de Defesa da transição. Ele afirmou que indicará nomes "no momento certo" e frisou que nunca teve problemas em conviver com as Forças Armadas. Como O Globo mostrou, a equipe de Lula trabalha para encontrar nomes que sejam, ao mesmo tempo, alinhados com o seu governo e bem recebidos pelas Forças Armadas.

— Nunca tive problema de conviver com as Forças Armadas. Nunca tive problema com nenhum militar. O comando das Forças Armadas está muito tranquilo, me conhece e no momento certo vou indicar quem será comandante da Marinha, da Aeronáutica e do Exército. Nunca pensei em ter problema e não acredito que eu tenha — afirmou.

Lula prometeu uma definição a partir da semana que vem.

— Não tenho receio e as coisas são criadas a seu tempo. A partir de semana que vem vou assumir coordenação e criar grupos de transição que precisam ser criados. Nunca tive problemas de conviver com as forças armadas. Recuperamos o poder de alimentação dos nossos soldados. Porque soldado sem comer não vale nada. Nunca tive problema com militar nos meus governos e não tô preocupado com o que diz o general Braga Neto. Não me deixo basear com Twitter. Prefiro as notícias serias — completou.

Militares não fazem parte de nenhum outro grupo temático da transição. A indefinição sobre o grupo técnico da Defesa na transição reflete também o desafio que Lula terá para indicar um nome para ocupar a pasta em seu novo governo. Isso porque o escolhido para comandar o ministério terá sob sua alçada o Exército, a Aeronáutica e a Marinha, que ganharam protagonismo sob a gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL).

— Teremos uma excelente composição no GT de Defesa, mas só vamos bater o martelo com o presidente. Como ele viajou, teve uma agenda muito pesada, muita coisa acontecendo e repercussão extraordinária da fala dele, vamos aguardar. Não faz diferença nenhuma. É uma instituição secular, organizada, diagnóstica, não tem maiores preocupações em relação a essa agenda — afirmou o coordenador de grupos temáticos, ex-ministro Aloizio Mercadante.

O quebra-cabeça é complexo. De acordo com Mercadante, a formação do núcleo de Defesa ainda não foi anunciada, pois a equipe não está completa.

— Não é fácil compor todos esses grupos com esta complexidade — disse ao GLOBO.

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