Lula diz que telefonou para Lira para conversar sobre brigas e xingamentos na Câmara
Presidente pediu para Lira conversar com deputados sobre agressões na Casa
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quarta-feira, 17, ter ligado para o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), após ver imagens de brigas e xingamentos entre deputados.
O petista disse ter apelado para Lira conversar com os parlamentares sobre as agressões na Casa, que para ele promovem "um processo de degradação" da política.
"Esses dias, só pra voces terem ideia, eu liguei para o presidente da Câmara depois de uma briga que houve na Câmara. Eu sei que houve uns pontapés, uns tapas, uns socos. Eu liguei para o Lira e falei: eu acho que é o seguinte, cara, acho que você precisa conversar com os deputados porque nós estamos promovendo um processo de degradação na função política", declarou o presidente.
A fala aconteceu em evento com ministros, senadores e deputados no Palácio do Planalto. No encontro, Lula sancionou dois projetos de lei: um que prorroga os prazos de conclusão de cursos ou de programas para estudantes e pesquisadores da educação superior em virtude de parto, nascimento de filho ou adoção; e outro que assegura atenção às mudanças do clima, à proteção da biodiversidade e aos riscos e vulnerabilidades a desastres socioambientais no âmbito da Política Nacional de Educação Ambiental.
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Lula fez um discurso voltado para o Congresso Nacional, em que comemorou e elogiou a relação entre Executivo e Legislativo:
"Sempre que eu posso falar com o presidente [do Senado], Rodrigo Pacheco, com o presidente Lira, eu faço questão de dizer isso publicamente, porque, quando nós tomamos posse, parecia que ia ser uma situação degradante, todo dia briga com o Congresso. E eu confesso a vocês, eu já fui presidente outros dois mandatos e, sinceramente, eu nunca tive uma relação tão boa com o Congresso como eu estou tendo agora."
O presidente declarou que, "muitas vezes", os parlamentares corrigem erros nos projetos de lei enviados pelo governo ao Congresso.
"Quando o governo faz um PL, todo ministro que propõe e vem discutir comigo, fala como se fosse um projeto irretocável, que não pode colocar uma vírgula. Eu falo: não gente, quando aquilo cair no Congresso, vai passar em cada comissão (...) temos que estar preparados para a flexibilização da negocição do PL, que muitas vezes parece perfeito e não é. É verdade que muitas vezes as pessoas colocam um jabuti, mas muitas vezes corrigem coisas que nós fazemos", discursou.
Sobre bate-bocas entre os Três Poderes, o petista disse serem comportamentos que levam à ridicularização:
"A gente ainda tem comportamento que induz a gente a ter erro e ser achincalhado como muitas vezes é o Congresso Nacional, o Senado, a Câmara, o Executivo e a Suprema Corte."