Lula diz que tinha "preocupação" em tirar Dino de ministério por "colaboração política"
Presidente deu as declarações durante cerimônia de posse do ministro Ricardo Lewandowski como novo ministro da Justiça e Segurança Pública
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira (1°) que tinha "muita preocupação" em tirar Flávio Dino do comando do Ministério da Justiça por causa da "colaboração política" com parlamentares e com partidos políticos.
"Confesso para vocês que eu dizia para Janja que muitas vezes eu deitava e eu tinha que escolher o novo ministro da Suprema Corte eu ficava pensando quem, mulher, homem, negro, branco, de que estado, qual personalidade. E isso é uma coisa que martiriza a gente, que você não pode ficar pensando em escolher amigo, você não pode ficar escolhendo companheiro, você tem que escolher alguém que possa dar conta da função a que essa pessoa vai exercer a partir desse momento. Confesso que tinha muita preocupação de tirar o Flávio Dino do Ministério da Justiça por causa da colaboração política que ele tinha com o governo, com os partidos políticos, com o Senado, com a Câmara."
O presidente deu as declarações durante cerimônia de posse do ministro Ricardo Lewandowski como novo ministro da Justiça e Segurança Pública. A partir de fevereiro, Flávio Dino ocupará uma vaga no Supremo Tribunal Federal.
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Em seu discurso, Lula afirmou ainda que seu novo ministro passará para a história "na criação do funcinamento normativo da atividade da pasta" e reforçou que a Polícia Federal "não persegue ninguém" e que o governo federal "não quer se meter".
— A única coisa que eu quero que você (Lewandowski) tenha certeza é que eu estou indicando para ser ministro da justiça, no lugar do Flávio Dino, um homem que eu respeito, que eu tenho 100% de confiança, e eu tenho certeza que você vai, como Flávio Dino, passar para a história na criação do funcionamento, normatizando a atividade do Ministério da Justiça.
— Ninguém persegue ninguém. A PF não persegue ninguém, o governo federal não quer se meter, se intrometer a fazer a política de segurança nos estados. O que queremos é construir com governadores as parcerias necessárias para ajudar um crime que eu não chamo de coisa pequena.