Lula diz que união da oposição contra Maduro na Venezuela é 'extraordinária'
Na sexta, opositores diplomata confirmaram diplomata para a disputa à Presidência
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta terça-feira que é "extraordinária" a movimentação da oposição venezuelana, que pretende lançar uma candidatura única para concorrer contra Nicolás Maduro. O regime tem impedido que alguns candidatos opositores concorram à Presidência.
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— A questão da Venezuela, está acontecendo uma coisa extraordinária, a oposição toda se reuniu, está lançando um candidato único, vai ter eleições, eu acho que vai ter acompanhamento internacional sobre as eleições, há interesse de muita gente de querer acompanhar. Se confirmado, o Brasil participará do acompanhamento das eleições, na perspectiva de que quando terminar as eleições, a gente volte a uma normalidade — disse o presidente, em café com jornalistas.
Lula afirmou que torce para que a Venezuela "volte à normalidade" e que os Estados Unidos retirem sanções.
— Quem ganhou toma posse e governa, quem perdeu, se prepara para as outras eleições, como eu me preparei depois de três derrotas aqui no Brasil. Fico torcendo para que Venezuela volte a normalidade e Estados Unidos tirem as sanções. E a Venezeuala possa voltar a receber o povo que está deixando a Venezuela pela situação econômica — afirmou.
Os Estados Unidos retomaram na semana passada as sanções contra o petróleo e o gás da Venezuela, segundo o Departamento do Tesouro dos EUA, após candidatos da oposição venezuelana serem impedidos de concorrer à Presidência.
A suspensão havia sido concedida em outubro, por um prazo de seis meses, como parte do Acordo de Barbados — diálogo entre o governo Nicolás Maduro e opositores em que foi negociado o alívio às sanções americanas em troca da realização de eleições livres no país. O governo venezuelano minimizou o caso e garantiu que continuará comercializando com empresas estrangeiras.
A partir de agora, empresas que queiram fazer negócios com Caracas deverão ser autorizadas por Washington, que poderá emitir "licenças específicas" após avaliação "caso a caso".
Na sexta-feira, a principal coalizão da Venezuela confirmou a candidatura do diplomata Edmundo González Urrutia, de 74 anos, como representante da líder da oposição, María Corina Machado, nas eleições de 28 de julho, nas quais o presidente, Nicolás Maduro, disputará o terceiro mandato.
González foi inscrito como “candidato provisório” da Plataforma Unitária Democrática (PUD) após Corina Yoris, que substituiria Machado oficialmente, ter tido a candidatura barrada pelo órgão eleitoral. Ele, contudo, posteriormente teve sua inscrição aprovada “de forma unânime” pela PUD, decisão que o secretário-geral da aliança, Omar Barboza, classificou como “histórica”.
A PUD inscreveu González Urrutia como candidato presidencial no último minuto, após denunciar o bloqueio de Yoris. O processo foi feito em uma prorrogação concedida pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), acusado de servir ao chavismo. A ideia era que o embaixador fosse substituído por um candidato “unânime".