Lula diz que vai tentar retirar mais 102 brasileiros da faixa de Gaza
Número é maior do que a última lista apresentada pelo Itamaraty, com 86 nomes
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira que o governo ainda vai retirar 102 brasileiros que estão na Faixa de Gaza em meio ao conflito entre Israel e Hamas. O número é maior do que a última lista apresentada pelo Itamaraty, com 86 nomes.
— A desgraça foi feita no primeiro atentado. A ONU deveria intervir para encontrar uma solução. O Brasil era presidente do conselho de segurança, o Brasil apresentou proposta par trégua humanitária. Para que se parasse o bombardeio, para que retirasse criança da zona de perigo. Inclusive para nós buscarmos os brasileiros que estavam lá. Já tiramos 32 brasileiros e vamos buscar ainda 102 brasileiros que estão na Faixa de Gaza. Como pegamos 1.400 que estavam em Israel.
Como mostrou o Globo, segundo um interlocutor da área diplomática, Israel já recebeu a nova lista, que será entregue ao Egito nesta terça-feira. Os dois países controlam a fronteira que separa Gaza do território egípcio. A primeira leva que autorizada a sair da zona de conflito entre Israel e Hamas, há cerca de dez dias, era formada por 32 pessoas, parte delas crianças.
As pessoas que querem deixar o local, sob o argumento de serem estrangeiras, precisam cumprir uma série de critérios, incluindo o grau de parentesco do nacional e a documentação regular. Estima-se que cerca de 3 mil estrangeiros estejam aguardando sinal verde para sair de Gaza. Os 32 brasileiros e parentes palestinos que estavam na região esperaram mais de 20 dias para sair.
Leia também
• Lula diz que Brasil convidará Putin para reunião do G20 no Rio, em 2024
• Lula critica decisões da ONU e diz que países estão "brincando com planeta"
• Bancada ruralista critica Lula por comparação
Lula deu as declarações após encontro com o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz. Na ocasião, Lula reiterou o compromisso de discutir a reforma dos modelos de governança global durante a presidência do Brasil no G20, que teve início da última sexta-feira.
— Queria dizer que além da questão da fome, os conflitos que estão vendo na Rússia e na Ucrânia, entre Israel e Faixa de Gaza, não é nada mais nada menos do que a irracionalidade do ser humano. E tudo isso acontece porque a ONU não está cumprindo com o papel histórico para qual ela foi criada — afirmou o presidente após o encontro.
Lula voltou a criticar o poder de veto dos países e afirmou que as decisões estabelecidas pelo Conselho de Segurança não são respeitadas ou são vetadas caso e que propostas são vetadas caso desagradem um dos países membros.
— A ONU tem um Conselho de Segurança que fazem parte cinco países, EUA, Rússia, China, França e Reino Unido, e esse países deveriam zelar para manter a paz no mundo. Entretanto, são esses países os que mais produzem e vende arma e fazem guerra sem passar pela decisão do Conselho de Segurança, e quando alguma decisão importante passa que não interessa eles têm o direito de veto.
Em seguida, Lula ressaltou que vai discutir os modelos atuais de governança global durante a presidência do Brasil no G20 para ter "certeza" que as decisões serão colocadas em prática.
— Por isso, nós vamos discutir no G20 a necessidade e importância de rediscutir a governança global para tomar decisão, sobretudo na questão ambiental, e a gente ter certeza que as decisões serão colocadas em prática.