Lula e Alckmin jantam, sem França, na casa de Haddad
Aliados avaliam que relação entre presidente e ex-governador ficou ainda mais consolidada no encontro desta sexta, mas palanque do ex-presidente em São Paulo segue indefinido
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (sem partido) se encontraram na sexta-feira (11) na casa do ex-prefeito paulista Fernando Haddad (PT), um dos principais articuladores da chapa entre os dois ex-rivais.
O jantar ocorreu em São Paulo e contou com a presença do ex-deputado federal Gabriel Chalita (sem partido), além das ex-primeiras-damas Lu Alckmin e Ana Estela Haddad, e de Rosangela Silva, a Janja, companheira de Lula. Segundo relatos de pessoas próximas, o jantar consolidou ainda mais a relação entre o ex-presidente e o ex-governador.
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A oito meses da eleição, a chapa é considerada certa no entorno dos dois políticos, mas ainda falta definir o novo partido de Alckmin, que deixou o PSDB no ano passado. As conversas com o PSB, apesar de avançadas, continuam esbarrando na eventual candidatura de Márcio França (PSB) ao governo de São Paulo.
O PT, por sua vez, deseja lançar Haddad. Por isso, o encontro desta sexta foi considerado por algumas pessoas próximas a Lula e Alckmin como um possível sinal de "isolamento" de França.
PSB e PT negociam a formação de uma federação partidária, que incluiria ainda PCdoB e PV, mas entre os empecilhos centrais se destacam justamente as complicações nos palanques estaduais, como no caso de São Paulo.
Uma das alternativas consideradas é a filiação de Alckmin ao PV, o que abriria caminho para o candidato do PSB competir contra Haddad na disputa pelo Palácio dos Bandeirantes e Lula ter pelo menos dois palanques em São Paulo. A expectativa dos petistas é anunciar a chapa à Presidência até março, com o objetivo de facilitar filiações de outros deputados ao eventual partido de Alckmin.
Lula e Alckmin se encontraram anteriormente em pelo menos outras três ocasiões. A primeira aparição pública foi em um evento organizado pelo grupo Prerrogativas no final do ano passado.
Na ocasião, o ex-tucano afirmou que o momento histórico exigia "grandeza política". O ex-presidente, por sua vez, minimizou o fato de ambos terem sido adversários no passado e destacou a importância da união de forças comprometidas com a defesa da democracia.