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BRASIL

Lula e Lira devem se reunir nesta sexta para ajustar relação entre governo e Congresso

Lira tem feito cobranças públicas ao governo e cortou diálogo com ministro da articulação política. Lula afirmou que ajuste não passa por reforma ministerial e mais cargos

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur LiraO presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve se reunir nesta sexta-feira com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, para ajustar a relação do Palácio do Planalto com o Congresso Nacional. Lira tem feito cobranças públicas ao governo e cortou relações com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha.

Nesta quinta-feira, Lula afirmou durante uma entrevista que queria conversar com Lira, mas que o ajuste da relação não passaria por uma nova reforma ministerial nem por mais cargos.

Nesta segunda-feira, durante a abertura do ano legislativo, o presidente da Câmara afirmou que "errará" quem apostar na omissão do Congresso por causa do ano eleitoral, disse que parlamentares não são meros carimbadores de decisões do Executivo e cobrou "cumprimento de acordos" por parte do governo. Lira ainda elevou a tensão na queda de braço pelo controle do Orçamento ao dizer que a peça orçamentária "pertence a todos e não apenas ao Executivo".

 

A declaração de Lira sobre Orçamento foi uma resposta aos vetos feitos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao que havia sido aprovado pelo Congresso no ano passado. Ao sancionar a Lei Orçamentária Anual (LOA), no mês passado, Lula cortou R$ 5,6 bilhões em emendas de comissão, uma das modalidades de indicação dos congressistas. Parlamentares ameaçam derrubar a decisão do presidente para recompor os valores e apontam uma quebra de acordo pelo governo.

Lula, no entanto, afirmou que o Congresso Nacional sabe que o governo tem cumprido os acordos estabelecidos e defendeu os vetos às emendas, afirmando que não poderia pagar emendas "com o dinheiro que não tem" e que todos os parlamentares têm consciência disso.

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, que intensificou o diálogo com Lira desde que o presidente da Câmara cortou relações com Padilha, afirmou que o acordo estabelecido previa R$ 11 bilhões em emendas de comissão, e ressaltou que "o que foi colocado além disso não faz parte do acordo". O Congresso tinha aprovado R$ 16,7 bilhões em emendas de comissão.

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