Lula e Maduro conversam sobre eleições na Venezuela
O presidente também falou sobre a proteção aos Yanomami, a eleição de Guajajara na Filac e acordos comerciais
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu contraparte venezuelano, Nicolás Maduro, conversaram nesta quarta-feira, 5, por telefone sobre as eleições na Venezuela, que é vista com preocupação pelo governo do Brasil e de outros países da região depois que candidatos da oposição foram impedidos de participar do pleito.
Segundo a Presidência, Lula manifestou a expectativa de que o processo eleitoral no país “possa seguir adiante em clima de confiança e entendimento”. Prevista para 28 de julho, a eleição presidencial será a chance de Maduro conquistar um terceiro mandato, ampliando para até 18 anos seu período no poder.
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“Lula reiterou o apoio brasileiro aos acordos de Barbados e ressaltou a importância de contar com ampla presença de observadores internacionais. Também manifestou a expectativa de que as sanções em vigor contra a Venezuela possam ser levantadas, de modo a contribuir para que o processo eleitoral possa seguir adiante”, afirma o Palácio do Planalto em nota.
Apesar de ter se comprometido com a realização de eleições livres, justas e transparentes ao assinar o Acordo de Barbados, em outubro do ano passado (que viabilizou a retirada de boa parte das sanções à Venezuela), as autoridades eleitorais venezuelanas barraram candidatos competitivos, incluindo a vencedora das primárias da oposição, María Corina Machado. Após os vetos, os EUA retomaram as sanções contra o setor de petróleo e gás da Venezuela, que tinham sido suspensas graças ao acordo.
Lula também agradeceu o apoio do país à eleição da ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, à presidência do Fundo para o Desenvolvimento dos Povos Indígenas da América Latina e do Caribe (FILAC) e expressou o interesse de fortalecer a colaboração entre os dois países na proteção dos indígenas Ianomâmis na fronteira comum entre as nações vizinhas.
O chefe do Executivo brasileiro ainda comentou que empresários brasileiros estão interessados em voltar a investir e fazer comércio com a Venezuela. Lula lembrou que esse intercâmbio é importante, sobretudo, para Roraima e Amazonas.