Lula envia Amorim a Barbados, para reunião sobre eleições na Venezuela
Representantes do governo Maduro e líderes da oposição se reúnem nesta terça-feira, para discutir um acordo
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviou Celso Amorim, assessor para assuntos internacionais, a Barbados, para representar o Brasil em uma reunião entre integrantes do governo e da oposição da Venezuela. Mediado pela Noruega, o encontro tem por objetivo discutir as eleições naquele país, em 2024.
A reunião acontecerá nesta terça-feira. A expetativa é que seja assinado um acordo entre as partes. Também estarão presentes autoridades dos Estados Unidos, México e Colômbia.
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As eleições na Venezuela foram tema de conversa telefônica entre Lula e o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, na última segunda-feira. Os dois mandatários discutiram, ainda, a dívida dos vizinhos com o Brasil, as sanções econômicas aplicadas pelos EUA aos venezuelanos e o fornecimento de energia elétrica.
No próximo domingo, a oposição deve realizar uma primária para escolher seu candidato à eleição. Um dos nomes mais fortes, até três meses atrás, era o de Maria Corina Machado, que está proibida de ocupar cargos públicos e foi declarada inelegível por 15 anos.
Outros possíveis candidatos são Henrique Capriles e Juan Guaidó. Espera-se que Maduro concorra à reeleição, mas ele ainda não formalizou a candidatura.
Nicolás Maduro foi reeleito em 2018, mas denúncias de fraudes levaram parte da comunidade internacional a considerar seu governo ilegítimo. Em janeiro de 2019, logo após tomar posse, o ex-presidente Jair Bolsonaro se uniu aos EUA e outros países e declarou reconhecer o então líder da oposição naquele país, Juan Guaidó, como presidente da Venezuela.
Assim que assumiu o Palácio do Planalto, no início deste ano, um dos primeiros atos de Lula foi se reaproximar de Maduro. O presidente brasileiro causou polêmica em pelo menos dois momentos, ao se referir ao regime do venezuelano: disse que a questão dos direitos humanos era uma questão de narrativa e que o conceito de democracia era relativo.