Lula erra ao proteger estatais deficitárias
Após o feriadão da Semana Santa, o Congresso vai concentrar suas energias na discussão do chamado arcabouço fiscal, regras muito parecidas às metas impostas pelo teto fiscal, para fazer com que o Governo gaste de acordo com o que arrecada e não mais do que entra em seu caixa de tributos pagos pelos contribuintes.
Na pauta da Câmara e do Senado também estará o programa de privatização de estatais. O presidente Lula se antecipou e já retirou seis estatais que antes eram dadas como certas para serem controladas pelo setor privado. Na prática, um dinheirinho extra na conta do tesouro nacional e menos despesas com empresas deficitárias, entre elas os Correios, excluída do programa.
Apesar de esperada, a decisão do presidente Lula é considerada negativa pelo economista-chefe da consultoria MB Associados, Sergio Vale.
Em entrevista ontem ao Estadão, ele foi muito feliz quando afirmou que o Governo errou em excluir os Correios e mais cinco estatais. “A gente tinha nessas empresas uma possibilidade de renovação que seria interessante se elas estivessem nas mãos do setor privado", afirmou, para acrescentar em seguida.
"São empresas que o setor privado poderia trabalhar com mais eficiência (do que o Estado), e o governo ganharia se conseguisse fazer a privatização. Ganharia no sentido de poder focar em serviços relevantes para a sociedade em que o papel do Estado é mais necessário”.
Para o economista, todas as companhias que foram retiradas da lista poderiam ser privatizadas, mas seria necessário fortalecer o papel das agências reguladoras.