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Agenda do presidente

Lula evita falar sobre o apagão, e Planalto prioriza viagem do presidente ao Paraguai

Presidente estava em viagem ao país vizinho, para a posse do presidente paraguaio Santiago Peña

Lula e sua esposa "Janja" em viagem para posse de Santiago Penã, presidente eleito do ParaguaiLula e sua esposa "Janja" em viagem para posse de Santiago Penã, presidente eleito do Paraguai - Foto: NORBERTO DUARTE / AFP

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O Palácio do Planalto priorizou a agenda de Lula no Paraguai, em meio ao apagão nacional registrado na manhã desta terça-feira (15). Enquanto 25 estados e o DF registravam queda de energia, ministros hesitavam a dar respostas sobre o problema.

O presidente Lula estava no Paraguai no momento em que o apagão foi registrado, às 8h31, segundo o Ministério de Minas e Energia (MME).

Ele participava da posse do presidente eleito, Santiago Peña, acompanhado pelo ministro Alexandre Silveira (MME), que o comunicou sobre o ocorrido. Os relatos de moradores sobre a queda de energia começaram às 8h20.

A primeira manifestação pública de Lula no dia ocorreu pelas redes sociais, às 10h27, quando compartilhou um vídeo sobre sua participação na posse de Peña.

Nas duas postagens seguintes, Lula compartilhou informações dadas por Silveira e pelo ministro Paulo Pimenta (Secom) sobre o assunto em suas respectivas redes. Às 12h44, no entanto, Lula escreveu uma mensagem sobre a morte da atriz Lea Garcia.

A agenda oficial de Lula não sofreu alterações.

Na parte da tarde, está previsto um encontro com o Ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, e com o Ministro da Secretaria- Geral, Márcio Macêdo, para tratar sobre a Marcha das Margaridas. Sua última agenda será com o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais), onde a expectativa é que ele trate sobre a reforma ministerial.

O presidente em exercício Geraldo Alckmin estava em um evento na Confederação Nacional da Indústria (CNI) quando soube do apagão.

Naquele momento, apesar da presença da imprensa, não falou sobre o assunto e deixou o prédio por uma porta privativa. Ao chegar no Palácio do Planalto, perto das 10h13, Alckmin foi questionado sobre a situação, mas não respondeu.

Sua declaração veio apenas perto do meio-dia. Alckmin confirmou que falou com o secretário-executivo do ministério de Minas e Energia, Efrain Pereira da Cruz, que assumiu o comando da pasta durante a ausência de Silveira. Alckmin afirmou ainda que não falou sobre o problema com o presidente Lula e que não fez nenhuma determinação enquanto presidente em exercício.

— Não (fiz determinações nem falei com Lula), o Ministério de Minas e Energia já estava atuando, só nos colocou aqui a par, mas já está praticamente superado.

A agenda do presidente em exercício também seguiu sem alterações. Após o evento na CNI, Alckmin participou de uma reunião com Sophie Davies, Embaixadora da Austrália. Ele deixou o Palácio do Planalto pouco depois de sua declaração para outras agendas.

— Não vai alterar nada — respondeu Alckmin sobre eventuais mudanças na sua agenda.

Apesar de coordenar o trabalho dos demais ministério, a Casa Civil não se envolveu com o problema, tampouco se manifestou sobre o assunto. A Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) também não emitiu nenhum comunicado sobre o apagão. O Globo pediu um posicionamento, mas não teve resposta.

Além disso, a Secom recebe relatórios diários de monitoramento de assuntos do governo que repercutem nas redes sociais. O apagão não motivou a solicitação de relatórios parciais para aferição do humor de internautas sobre o tema.

Pelas redes sociais, o ministro responsável pela comunicação do governo, Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação Social) falou pela primeira vez sobre o apagão às 10h30. A partir desse horário, seguiu fazendo atualizações sobre a recuperação gradual de energia no país.

Os perfis do governo nas redes sociais também tiveram uma reação tardia. A página “SecomVC” fez sua primeira publicação do dia às 8h57, sobre a agenda do Lula no Paraguai.

Depois, falou sobre a abertura de novas empresas no país, e 12h54 fez a primeira publicação sobre o apagão. O perfil seguiu fazendo atualizações ao longo do dia e chegou a compartilhar a manifestação de Alckmin.

Outras duas páginas do governo — Presidência da República do Brasil e Governo do Brasil —, no entanto, não fizeram postagens próprias e apenas compartilharam as informações do perfil “SecomVC”. Apesar disso, as páginas começaram logo cedo a falar sobre a viagem de Lula ao Paraguai.

Às 9h11, o perfil da presidência fez uma série de publicações sobre a relação bilateral entre Brasil e Paraguai. A página do governo, por sua vez, falou sobre merenda escolar às 9h07 e sobre o Paraguai no minuto seguinte.

A manifestação mais contundente foi feita pela primeira-dama Janja, 13h12, enquanto voava do Paraguai para o Brasil: “A Eletrobras foi privatizada em 2022. Era só esse o tuite.” Entre junho de 2012 e fevereiro de 2017, Janja, então funcionária da Itaipu Binacional, esteve cedida à Eletrobras.

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