Lula impede extinção de estatal: decreto preserva Ceitec para retomar projeto de chip nacional
Decisão de preservar a Ceitec foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União desta segunda
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, assinou decreto nesta segunda-feira para impedir a extinção de estatal criada para produzir semicondutores. Desde a campanha, o petista defende a retomada de investimentos no Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada S.A (Ceitec).
A decisão de Lula interrompe o processo de "dissolução societária" da empresa pública, iniciado no governo de Jair Bolsonaro, para retomar o plano de fabricação, no Brasil, de circuitos integrados, os chamados chips.
O decreto foi publicado em edição extra do Diário Oficial da União desta segunda-feira, e excluiu a Ceitec do Programa Nacional de Desestatização (PND).
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Segundo o governo, o novo decreto considera as conclusões de um grupo de trabalho interministerial, que avaliou o processo de dissolução da estatal, criada em 2008.
"A retomada da Ceitec representa uma oportunidade importante para impulsionar o setor de semicondutores, aumentando a competitividade e relevância do Brasil no mercado global", afirmou a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos.
Por mais de uma década, o Ceitec consumiu R$ 800 milhões em aportes públicos sem, porém, ter conquistado relevância nacional ou internacional para o mercado de chips.
Hoje, o setor é dominado por Taiwan e Coreia do Sul, além de atrair pesados investimentos da China. Estados Unidos e países europeus têm dificuldades para a produção e, na cadeia do setor, são importantes para o desenvolvimento da arquitetura dos semicondutores, bem como para o maquinário usado para a litografia dos chips, processo em que transistores são esculpidos em placas de silício.