Lula mobiliza ministros e Secom explora caso dos deportados algemados em vídeo; veja
Atuação do presidente da República é destacada em material publicado nas redes sociais
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva mobilizou diretamente três de seus ministros para atuar no incidente provocado pela deportação de brasileiros algemados pelos Estados Unidos ao longo do fim de semana.
Além disso, o episódio também foi explorado pelo governo nas redes sociais com a postagem de um vídeo em que a ação de resposta do petista é exaltada.
O caso mexe com duas bandeiras históricas destacadas por Lula ao longo de sua carreira política: a defesa da soberania nacional e a proteção de brasileiros em situação de risco no exterior.
As imagens de brasileiros algemados, acorrentados e amarrados são inaceitáveis! Mas não para Jair Messias Bolsonaro, que deu entrevista apoiando a ação de Donald Trump. Mas não para bolsonaristas, que seguirão submissos em seu invencível complexo de caramelo. O horror, o horror! pic.twitter.com/2PR3JcURjM — João Cezar de Castro Rocha (@joaocezar1965) January 25, 2025
A nova gestão da Secretaria de Comunicação Social (Secom), sob o comando do marqueteiro Sidônio Palmeira, viu a oportunidade de destacar uma ação positiva do governo, depois de duas semanas de ataques por causa da resolução da Receita Federal que instituiu o monitoramento do pix (depois revogada) e das dúvidas sobre medidas para conter o preço dos alimentos.
No vídeo postado no perfil de Lula no Instagram, um dos deportados diz que o governo Lula mandou um avião confortável para resgatá-los em Manaus. "Lula chegou e falou: 'nós vamos pegar o nosso povo e levar cada um para sua casa'".
Uma das estratégias traçadas por Sidônio para a comunicação do governo é se contrapor ao bolsonarismo. Donald Trump, novo presidente dos Estados Unidos, é tido como ídolo e referência política da família Bolsonaro.
Além disso, durante a eleição dos Estados Unidos no ano passado, Lula declarou que torcia pela vitória da democrata Kamala Harris
A reação, com pedido formal de explicações ao governo dos Estados Unidos, também serve para demarcar posição diante das ameaças de Trump adotar medidas mais duras contra imigrantes.
O Itamaraty ainda apura se a mudança de postura verificada pela Polícia Federal, com a adoção de algemas para deportados, é resultado de orientação do novo presidente americano.
Nesta segunda-feira, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, deve debater o assunto com sua equipe para formalizar o pedido de explicações, anunciado na manhã de domingo.
De acordo com aliados, ao ser informado na manhã de sábado pelo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, que os brasileiros haviam chegando a Manaus algemados, o presidente ficou bastante irritado.
Em seguida, Lula determinou que um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) fosse à capital do Amazonas para transportar os deportados no trecho final da viagem até Minas.
No sábado à noite, Lula determinou que a ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, que já estava em Minas por causa do ato de memória dos seis do rompimento da barragem de Brumadinho, fosse até o Aeroporto de Confins para receber os deportados.
Macaé também aparece no vídeo produzido pela Secom e diz que “o que aconteceu no voo foi uma violação dos direitos humanos dos brasileiros”.