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Lula na ONU: presidente critica "falta de vontade política" para reduzir desigualdades

Presidente fez um discurso na abertura da Assembleia Geral da ONU

Luiz Inácio Lula da Silva discursa na 78ª Assembleia Geral das Nações Unidas na sede da ONULuiz Inácio Lula da Silva discursa na 78ª Assembleia Geral das Nações Unidas na sede da ONU - Foto: Timothy A. Clary/ AFP

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou em seu discurso de abertura na ONU que falta "vontade política" dos governantes mundiais para vencer as desigualdades sociais. O presidente voltou a cobrar os países ricos por dívidas ambientais e ressaltou que o desmatamento na Amazônia reduziu em 48% durante seus oito meses de mandato.

"É preciso antes de tudo vencer a resignação que nos faz aceitar tamanha injustiça como fenômeno natural. Para vencer a desigualdade falta a vontade política daqueles que governam o mundo."

Lula discursa na abertura da Assembleia Geral da ONU, nesta terça-feira, em Nova York, após 14 anos de ausência. Será o primeiro discurso de Lula na sede das Nações Unidas em 14 anos. Tradicionalmente, o Brasil abre a Assembleia Geral, desde que a ONU foi fundada, em outubro de 1945.

Lula ainda lamentou as vítimas do terremoto no Marrocos e das tempestades na Líbia. O presidente ainda citou as tempestades do Rio Grande do Sul.

"Desejo igualmente expressar minhas condolências às vítimas do terremoto no Marrocos e das tempestades que atingiram a Líbia, a exemplo do que ocorreu recentemente no estado do Rio Grande do Sul, no meu país, essas tragédias ceifam vidas e causam perdas irreparáveis. Nossos pensamentos de orações estão com todas as vítimas e seus familiares."

Mudança no clima
Lula voltou a cobrar os países ricos pela dívida com a mudança climática. O presidente afirmou que "agir contra a mudança do clima implica em enfrentar as desigualdades"

"Agir contra a mudança do clima implica em pensar no amanhã e enfrentar as desigualdades históricas. Os países ricos cresceram baseao em um modelo com alta taxa de emissão de gases danosas ao clima. A emergência climática torna urgente uma correção de rumos e a implantação do que já foi acordado."

Lula tem tido uma agenda internacional intensa para tentar passar a mensagem de que o Brasil está de volta ao cenário internacional, em uma demonstração clara de ruptura com a política externa de seu antecessor, Jair Bolsonaro. Lula tentará assumir o papel de porta-voz das nações em desenvolvimento, ao defender a maior participação desses países nas grandes decisões mundiais, e voltará a cobrar dos ricos medidas para mitigar os efeitos do aquecimento global.

Bilaterais
Além do discurso na ONU, Lula terá uma série de encontros bilaterais com outros líderes, como os presidentes Joe Biden, dos Estados Unidos, e Volodymyr Zelensky, da Ucrânia, na quarta-feira.

Nesta terça-feira, estão previstas reuniões bilaterais com secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres; com o presidente da República da Áustria, Alexander Van der Bellen; com o chanceler alemão, Olaf Scholz; o primeiro-m inistro do Reino da Noruega, Jonas Gahr Støre; e o presidente do Estado da Palestina e da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas.

O Palácio do Planalto recebeu mais de 60 pedidos de reuniões bilaterais com o presidente brasileiro. Na terça-feira, ele se reuniu com o presidente da Suíça, Alain Berset, e o ex-primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown

 

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