PRESIDENTE LULA

Lula participa, em Assunção, da cerimônia de posse de Santiago Peña, novo presidente do Paraguai

Lula desembarcou em Assunção na noite de segunda-feira e jantou com o presidente eleito do Paraguai

Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente eleito do Paraguai, Santiago PeñaLuiz Inácio Lula da Silva e o presidente eleito do Paraguai, Santiago Peña - Foto: José Cruz/ Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa, nesta terça-feira (15), da cerimônia de posse do novo presidente do Paraguai, Santiago Peña.

A ida de Lula a Assunção se insere no contexto de valorização das relações do Brasil com os vizinhos da região e, segundo o Palácio do Planalto, de retomada da política externa brasileira.

Filiado ao Partido Colorado, Peña foi eleito em 30 de abril deste ano, com 42,74% dos votos. Após o pleito, ele visitou Brasília duas vezes, em 16 de maio e 28 de julho. Nas duas ocasiões foi recebido por Lula.

Na noite de segunda-feira, Lula teve um encontro privado com o ex-presidente paraguaio Fernando Lugo. Único político a governar o país em décadas, Lugo sofreu impeachment em 2012.

Em seguida, o presidente brasileiro foi a um jantar oferecido a Santiago Penã pelo embaixador do Brasil em Assunção, José Marcondes Carvalho. Também participou como convidado o ministro de Minas e Energia, Alessandro Silveira.

A sessão solene do Congresso do Paraguai para o juramento de Santiago Peña como presidente do Paraguai e de Pedro Alliana como vice, previsto para às 8h30, é o único compromisso oficial de Lula, nesta terça-feira, em Assunção. Ele embarcará de volta para Brasília às 10h30.
 

As relações bilaterais são intensas. A começar pelo fato de o Paraguai abrigar a terceira maior comunidade brasileira no exterior, atrás apenas de Estados Unidos e de Portugal. Cerca de 245 mil brasileiros vivem em território paraguaio.

O Brasil é o principal parceiro comercial do Paraguai, com 36,9% do total exportado pelos vizinhos. Em 2021, os investimentos brasileiros naquele país somaram US$ 904 milhões, superando os Estados Unidos (US$ 892 milhões).

Brasil e Paraguai são também ligados pela integração energética, com a Itaipu Binacional. A usina responde por 8,72% da demanda de energia elétrica brasileira e é responsável por 86,4% da energia elétrica consumida no país vizinho.

Em 26 de abril de 2023, completaram-se 50 anos desde a assinatura do Tratado de Itaipu e, em 28 de fevereiro de 2023, foi quitada a dívida contraída por Itaipu Binacional para sua construção, por meio do pagamento das últimas parcelas do empréstimo assumido na década de 1970.

Em infraestrutura, os destaques são a construção da segunda ponte internacional sobre o Rio Paraná (Ponte da Integração) e da ponte internacional sobre o Rio Paraguai. As obras estão entre os compromissos recentes assumidos pelos dois países.

A construção da Ponte da Integração, resultado de acordo bilateral celebrado em dezembro de 2005, teve início em agosto de 2019. De acordo com a área internacional da Presidência da República, o estágio de execução física das obras supera 98,88% e para sua conclusão restam apenas acabamentos. Está em curso a construção dos acessos viários.

Já o acordo entre Brasil e Paraguai para a construção de uma ponte rodoviária internacional sobre o Rio Paraguai entre Porto Murtinho e Carmelo Peralta, que integra o Corredor Rodoviário Bioceânico, foi firmado em 2016. A obra foi iniciada em janeiro de 2022, com estimativa de conclusão em dezembro de 2024.

Na área de defesa, em 2021, foi renovado por cinco anos o Acordo para Cooperação Militar Brasileira no Paraguai, que completou 80 anos em 2022. Em 2020, um ajuste complementar entre a Força Aérea Brasileira e a Direção Nacional de Aeronáutica Civil do Paraguai foi assinado para reprimir o tráfego de aeronaves envolvidas em atividades ilícitas.

Entre as prioridades da política externa de Lula, uma delas é o fortalecimento do Mercosul, bloco em que o Brasil é presidente pro tempore. Em um cenário de reaproximação com os vizinhos, Lula reinseriu o país na Comunidade de Estados Latino-Americanos (Celac) — o Brasil saiu em 2019, na gestão do então presidente Jair Bolsonaro — e recebeu, na semana passada, representantes das nações amazônicas para a realização de um encontro de cúpula, em Belém (PA).

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