Lula diz que torcedores não podem ter vergonha de usar camisa do Brasil
O presidente eleito chegou à Brasília na terça-feira (8) para cumprir uma série de agendas e encontrar presidentes de Poderes
Durante sua primeira visita ao Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB), sede do governo de transição, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez um apelo às pessoas que protestam contra o resultado das eleições. Lula pediu para que os manifestantes voltem para casa e "não sejam violentos" com quem pensa diferente.
— A minoria que está na rua pedindo, não sabem nem o que pedem. Eu, se pudesse dizer para essas pessoas, (diria) 'voltem para casa, democracia é isso'. Um ganha e outro perde. Um ri e outro chora. É assim em qualquer esporte, política, quantas vezes eu chorei por ter perdido. Quantas vezes cheguei em casa achando que tudo tinha acabado para mim. Se vocês estiverem ouvindo pela internet: voltem para casa, não sejam violentos com crianças, com quem pensa diferente, vamos respeitar quem não é igual a gente. Quem não pensa como nós, quem não gosta da música e do candidato que gostamos. A democracia é isso. É viver democraticamente na diversidade. Não peço para ninguém gostar de mim, só peço para pessoas respeitarem resultado eleitoral porque nós vencemos as eleições — afirmou Lula em discurso no auditório do CCBB.
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Na plateia, estavam senadores e deputados da base aliada do futuro governo. No fim do discurso, Lula lembrou que, durante a Copa do Mundo - começa em 20 de novembro -, as pessoas não podem ter vergonha de usar a camisa da Seleção Brasileira:
— Um aviso importante para vocês. A Copa do Mundo começa daqui a pouco e a gente não tem que ter vergonha de vestir a nossa camisa verde e amarela. O verde amarelo não é de candidato, não é de um partido. O verde amarelo são as cores de 213 milhões habitantes desse país. Portanto, vocês vão me ver com a camisa verde amarela.
O presidente eleito chegou à Brasília na terça-feira (8) para cumprir uma série de agendas e encontrar presidentes de Poderes. Nesta quarta-feira (9), Lula afirmou que as Forças Armadas não poderiam ter sido envolvidas pelo presidente da República em um processo de investigação das urnas eletrônicas e chamou a situação de “humilhante”.
O presidente-eleito se referia ao relatório de fiscalização produzido pelos militares sobre as urnas. Segundo o documento, não há fraude nem irregularidades no processo.
— Ainda tem na frente de quartéis gente inconformada com resultado do processo eleitoral. Por conta das mentiras — afirmou Lula, completando: — Ontem aconteceu algo humilhante e deplorável para as Forças Armadas, um presidente da República, não tinha direito de envolver as Forças Armadas pra fazer comissão pra investigar urnas
Em seu discurso, Lula não poupou críticas ao presidente Jair Bolsonaro ao falar sobre os ataques feitos pelo atual chefe do Executivo ao sistema eleitoral. O petista afirmou que Bolsonaro tem “dívida com o povo brasileiro” e que visitou às instituições para dizer que agora haverá “paz” na Praça dos Três Poderes.
— Presidente Bolsonaro tem dívida com povo brasileiro, peça desculpa pela quantidade de mentira que falou — afirmou Lula enquanto falava, principalmente, dos ataques feitos por Bolsonaro ao sistema eleitoral— Vim visitar às instituições pra dizer que a partir de agora vocês vão ter paz
Lula também disse que Bolsonaro deveria pedir desculpa publicamente aos militares.
— Não sei se o presidente está doente. Ele deveria vir a TV pedir desculpa às Forças Armadas. As forças armadas foram humilhadas apresentando relatório que não diz nada, nada! Daquilo que tanto tempo ele acusou. Um presidente não pode mentir, não é aceitável — afirmou Lula.