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PGR

Lula quer antecipar nome para procurador-geral antes do fim da gestão de Aras

Mandato do atual chefe da PGR termina dia 26 de setembro. Se não houver definição até essa data, quem assume de forma interina é a subprocuradora-geral da República Elizeta Ramos

Lula conversa com Aras na abertura do ano legislativo, no Congresso: nome de PGR tem apoio de aliados próximos do presidente, mas Planalto vê recondução como improvávelLula conversa com Aras na abertura do ano legislativo, no Congresso: nome de PGR tem apoio de aliados próximos do presidente, mas Planalto vê recondução como improvável - Foto: Mauro Pimentel/AFP

Faltando duas semanas para o fim do mandato do procurador-geral da República, Augusto Aras, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicou a aliados que pretende acelerar a escolha de um nome para a vaga, como forma de evitar que o cargo seja ocupado por muito tempo em um “mandato-tampão”.

Caso não haja uma definição até o dia 26, data em que Aras deixa o posto, quem assume de forma interina é a subprocuradora-geral da República Elizeta Ramos, eleita na semana passada vice-presidente do Conselho Superior do Ministério Público Federal (CSMPF). Pessoas próximas ao presidente, contudo, afirmam que, mesmo que ela assuma por alguns dias, seria só o tempo necessário para o Senado sabatinar e aprovar o nome escolhido por Lula.

A permanência de Elizeta, considerada desconhecida por Lula, não é uma hipótese aventada no Palácio do Planalto. Além disso, como informou a colunista Malu Gaspar, há a tentativa de evitar a abertura de espaço para que a subprocuradora, uma vez no cargo, tente se cacifar para seguir na cadeira que pode assumir de forma interina.

Três na disputa
Como mostrou O Globo, Lula também já indicou não ter pretensão de reconduzir Aras para o comando da PGR. Na avaliação de interlocutores do presidente sobre o tema, a falta de um franco favorito entre os nomes que estão postos, no entanto, é o que mantém o atual procurador-geral da República no páreo.

Hoje, a disputa pelo cargo se afunilou em três nomes: o do vice-procurador-geral eleitoral Paulo Gonet e dos subprocuradores-gerais Antônio Carlos Bigonha e Mario Bonsaglia. O ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, já esteve em encontros separados com os três. Nas conversas, todos se apresentam como contrários à Operação Lava-Jato.

Lula também tem intenção de conversar com os candidatos antes de fazer sua escolha. Integrantes do governo têm defendido que todos os candidatos devem não só ser ouvidos pelo presidente, como Lula precisa estar referendado com maior número possível de informações sobre a trajetória de cada um dos postulantes a comandar o MP.

Entre os critérios que devem nortear a escolha de Lula estão a capacidade do novo PGR de evitar que novas operações com o modelo da Lava-Jato se repitam. O presidente também procura alguém que proponha revisão dos métodos aplicados na época.

Um dos conselheiros de Lula para o tema, o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), disse que um dos elementos para a escolha é que o novo PGR consiga evitar que o “mesmo sistema anterior se reaglutine”.

— O perfil tem que ter alguém que tenha maturidade, conhecimento interno da casa, e não deixar que o mesmo sistema anterior se reaglutine para a gente não viver de novo esse assunto. Para mim, esse é o elemento principal — disse Wagner em entrevista à CNN Brasil em 29 de agosto.

Wagner integra o núcleo do governo que apoia a recondução de Aras ao comando da PGR. O senador afirma que Aras “prestou serviço a democracia, ao desmontar a máquina da Lava-Jato dentro do MPF” e admite que “virou cabo eleitoral” do atual procurador-geral “sem querer”.

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