Lula se reúne com os 27 governadores nesta sexta (27): "O Brasil precisa voltar à normalidade"
O evento também contará com a presença de ministros e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reúne, na manhã desta sexta-feira (27), com os governadores, que levam ao petista demandas de seus respectivos estados e solicitam o destravamento de obras. A reunião está sendo realizada no Palácio do Planalto. Lula havia prometido desde a campanha eleitoral que promoveria esse encontro no começo de seu mandato.
O Consórcio Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Maranhão, Sergipe e Piauí) se reuniu na última sexta-feira (20) para debater as pautas e reivindicações que estão sendo levadas a Lula hoje. Cada estado da região leva três prioridades ao presidente.
Os governadores do Nordeste querem, ainda, que a proposta de emenda à Constituição (PEC) 45 seja aprimorada com a emenda 192 (que altera o Sistema Tributário Nacional), de modo que haja compatibilização para que os estados não percam arrecadação. O evento também conta com a presença de ministros e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD).
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Na sequência, Lula e os governadores terão um almoço de trabalho no Palácio do Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores.
Reunião
O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, abriu a reunião explicando as etapas pelas quais o encontro seria composto:
1º Saudação de Lula aos presentes;
2º Fala do vice-presidente Geraldo Alckmin;
3º Fala do ministro das Relações Institucionais, que vai apontar ideias de como organizar o diálogo da União com os governadores;
4º Fala do Ministro da Casa Civil, Rui Costa, para dar uma orientação de como o governo quer construir com os governadores um plano de investimentos;
5º Fala do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que vai tratar de reforma tributária;
6º Fala da ministra da Saúde, Nísia, que vai fazer uma apresentação do que foi discutido na Comissão Tripartite da Saúde, ontem;
7º Fala dos representantes de cada um dos consórcios;
8º Abrir a palavra para os governadores que queiram se manifestar;
9º Ministro da Justiça, Flávio Dino, dará um informe sobre os andamentos das ações de segurança no GDF e o processo de apuração que está sendo feito sobre os atos terroristas do último dia 8;
10º Encaminhamentos finais.
Fala de Lula
O presidente abriu a reunião saudando os governadores e governadoras. O presidente começou agradecendo a presença dos governadores e pedindo licença para chamá-los de companheiros. Lula disse que se queixar, reclamar, reinvidicar não é proibido e o fato de pertencer a partidos diferentes não impede esses diálogos. Disse que Alckmin ia apresentar o "estado da arte" de como pegou o Brasil.
Lula lembrou a questão do ICMS, que tem preocupado os governadores e também que ia ouvir as prioridades de cada um dos governadores. Lembrou que não tem o orçamento que desejava ter, porque foi feito pelo governo anterior, que nao colocou dinheiro suficiente para pagar as coisas. "Também sabemos que vocês têm obras que consideram prioritárias", disse. Lula lembrou que quer que o BNDES volte a ser um banco de desenvolvimento.
Garantiu que o Banco do Nordeste vai voltar a emrprestar dinheiro para governadores, se estiverem com as contas em ordem para fazer as obras que consideram importantes para o seus estados. "Não há da parte do presidente nenhum veto para quem quiser conversar", anunciou. "Governar de forma civilizada é impotante para encontrar a paz neste país", acrescentou.
Lula prometeu recuperar a democracia no país. "O Brasil precisa voltar à normalidade", afirmou. Segundo Lula é preciso parar de judicializar a política. "É preciso parar com esse método de fazer política", disse. A palavra-chave é essa: o Brasil precisa voltar a normalidade.
O presidente garantiu que vai trabalhar muito, conversar muito, para que o Poder Judiciário faça o papel do Poder Judiciário, que o Congresso Nacional faça o papel do Congresso Nacional.
"Em cada estado que eu for, eu irei visitar o gabinete do governador, a não ser que ele não queira. Não vou fazer que nem os terroristas e invadir o gabinete do governador. Mas não quero chegar a um estado e ter o governador como inimigo, porque votou em fulano ou cicrano", disse.
"Vamos fazer com que os governadores se sintam à vontade para vir quando quiserem", disse. Lula disse também que é importante transformar a politica em uma coisa civilizada. "Este pais sempre foi alegre, a gente fazia política divergente depois se encontrava e conversava". Lula disse que a porta do gabinete está aberta e o telefone estará á disposição dos governadores. "O que não pode é a gente deixar de ter essa coisa civilizada que o Brasil precisa", afirmou.
Depois, Lula passou a palavra para o vice-presidente Geraldo Alckmin, que começou saudando os presentes, por nomes.