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Lula sobre acordo com Centrão: "Vou tentar compor para que tenha tranquilidade"

Presidente ainda afirmou durante a live que vai escolher o próximo Procurador Geral da República "no tempo certo, na hora certa" e que vai "conversar com muita gente"

Lula em liveLula em live - Foto: Reprodução/Youtube

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta terça-feira (1°), em mais uma edição da sua live semanal "Conversa com o Presidente", que vai compor com o Centrão para tentar ter "tranquilidade nesse país". Lula voltou a afastar a ideia de que conversa com o Centrão como organização, mas afirmou que precisa "compor com as forças políticas" para votar os projetos do governo que estão no Congresso Nacional.

"Eu não converso com o Centrão. O Centrão para mim é uma construção teórica. O que existe são os partidos políticos, e eu vou conversar com os partidos, com os presidentes dos partidos e vou tentar compor para que tenha tranquilidade nesse país"

Lula tenta trazer o PP e o Republicanos para a base do governo para aumentar o apoio ao Palácio do Planalto no Congresso Nacional. Para abraçar esse partido, o presidente estuda trocar o comando de alguns ministérios, ainda não definidos.

Lula afirmou ainda que tem conversado com os presidente dos Senado e da Câmara, Rodrigo Pacheco Arthur Lira, sobre as votações pendentes no Congresso Nacional. O presidente afirmou que "as coisas vão ser votadas naturalmente, de acordo com o tempo do Congresso Nacional".

"Estou convencido pelas conversas que eu tenho tido, inclusive com o presidente Lira e com o presidente Pacheco, do Senado e da Câmara, que as coisas vão ser votadas naturalmente, de acordo com o tempo do Congresso Nacional, não é de acordo com o meu tempo."

Outras lives
Pensado para tentar engajar apoiadores do governo nas redes sociais, o programa tem sido transmitido todas as terças-feiras, pela manhã, do Palácio da Alvorada. Além das suas próprias páginas na rede social, Lula tem usado também a página nas redes sociais da TV Brasil, empresa pública de televisão, que é destinada para divulgar ações do governo.

Dores no quadril
Na live da semana passada, Lula afirmou ainda que está "chegando a conclusão" de que vai operar o quadril ainda neste ano e que as vezes fica "visível" que está "irritado", "nervoso" e de "mau humor" por conta das dores na cabeça fêmur.

"Eu quero fazer a cirurgia porque eu não quero ficar com dor. Ninguém consegue trabalhar com dor o dia inteiro. Então, eu sinto que as vezes estou com mau humor com meus companheiros, eu chego de manhã para trabalhar, quando eu coloco o pé no chão dói. E eu tenho que falar bom dia sorrindo, e as vezes eu não consigo falar. As vezes fica visível no meu rosto que eu estou irritado, que eu estou nervoso. E ai você vai ficando uma pessoa incômoda, uma pessoa chata, uma pessoa que ninguém quer falar bom dia para você mais com medo de tomar um esporro. Então, estou chegando a conclusão que eu tenho que operar."

No dia seguinte, Lula passou por uma "denervação percutânea no quadril direito, para alívio de dor crônica até a realização de uma cirurgia prevista para outubro". O procedimento usa substâncias para tentar eliminar as exterminações nervosas que causam dor no paciente.

Clubes de tiro
Lula afirmou ainda que pediu ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, para fechar "quase todos" os clubes de tiro no país. Lula defendeu que apenas as forças de segurança precisam ter um espaço para "treinar tiro".

"Eu, sinceramente, não acho que um empresário que tem um lugar para praticar tiro é um empresário. Eu, já disse para o Flávio Dino: nós temos que fechar quase todos, só deixar aberto aqueles que são da PM, do Exército ou da Polícia Civil. É organização policial que tem que ter lugar para atirar, para treinar tiro. Não é a sociedade brasileira. Nós não estamos preparando uma revolução. Eles tentaram preparar um golpe, "sifu"

Centrão
O presidente falou que quer conversar com partidos como PP, Republicanos e União Brasil para dar "tranquilidade ao governo nas votações". Lula disse que dialoga com partidos individualmente e não com "o Centrão enquanto organização". Para o presidente, é "normal" que os partidos que desejem apoiar o governo participem da gestão.

"Eu não quero conversar com o Centrão enquanto organização. Eu quero conversar com o PP, Republicanos, PSD e União Brasil. É assim que a gente conversa. E é normal que, se esses partidos quiserem apoiar a gente, eles queiram participar do governo. E você tenta arrumar um lugar para colocá-los, para dar tranquilidade ao governo nas votações que precisamos para aprimorar o funcionamento do Brasil. É exatamente isso que vai acontecer."

Lula voltou a rebater a pressão do Centrão para ocupar alguns espaços do governo e afirmou, mais uma vez, que quem oferece o ministério é o presidente da República. O chefe do Executivo afirmou também que ainda não conversou sobre possíveis trocas ministeriais, mas que o assunto deve ser discutido nos próximos dias.

"É direito das pessoas quererem fazer acontecer e falar o seguinte: estou a fim de participar do governo. Participar do governo, você pode ter um ministério. Agora, não é o partido que quer vir pro governo que escolhe o ministério. Quem escolhe o ministério é o presidente da República. Quem indica o ministério é o presidente da República, quem oferece o ministério é o presidente da República. E eu acho plenamente possível. Vamos discutir isso nos próximos dias, não estou preocupado, ainda não fiz nenhuma conversa com ninguém."

Ataques ao Moraes
Lula também voltou a criticar os ataques contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, no aeroporto de Roma. Lula chamou os supostos agressores de "canalha" e afirmou que achava que "o cidadão que faz isso não é um ser humano que você pode ter respeito".

"Quando acontece o que aconteceu com Alexandre de Moraes no Aeroporto de Roma, eu acho que o cidadão que faz isso não é um ser humano que você pode ter respeito por ele. É um canalha, porque precisava ao menos ser educado. O ministro estava com a mulher, estava com o filho. Porque se vale a moda desse cidadão que vai xingar um ministro que votou uma coisa que ele não gosta, os ministros não terão mais sossego no Brasil. Ou seja, vai ter que ser secreto para que ninguém saiba como o ministro votou. Não é normal, eu tenho 77 anos, fiz oposição 50 e nunca xinguei uma pessoa no aeroporto”

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