BRASIL

Lula sobre Cid: "Vamos ter certeza que havia perspectiva de golpe e que Bolsonaro estava envolvido"

Presidente ainda destacou que desconhecia os detalhes da colaboração que foi firmada com a Polícia Federal e homologada pelo STF

O presidente LulaO presidente Lula - Foto: Evaristo Sá/AFP

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira (11) que a delação do tenente-coronel Mauro Cid reforça a "perspectiva" de que houve uma tentativa de golpe de Estado e que o ex-presidente Jair Bolsonaro "estaria envolvido" no caso "até os dentes". Lula fez a acusação durante coletiva de imprensa em Nova Délhi, na Índia, após participar de um encontro de líderes do G20.

Lula disse que desconhecia os detalhes da colaboração do ex-ajudante de ordens e que não daria palpites. O acordo foi firmado com a Polícia Federal e homologado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes neste sábado. Ele, no entanto, declarou que vê Cid "altamente comprometido".

— Eu não conheço [o teor da delação], não posso dar palpite sobre o que eu não conheço, só sabe o delegado e o coronel que prestou depoimento. O resto é especulação. Eu acho que ele está altamente comprometido. Cada dia vai aparecer as coisas e cada dia vamos ter certeza de que havia a perspectiva de golpe e que o presidente {Jair Bolsonaro] estava envolvido nela até os dentes. O tempo vai se encarregar — disse o presidente Lula durante a coletiva na Índia.

O presidente ainda acusou Bolsonaro de ser o "responsável por parte das coisas ruins que aconteceram no Brasil" e por estar "preocupado" em "vender joias". Mauro Cid é investigado em um inquérito da PF que apura um suposto esquema de desvio de relógios e joias do acervo da Presidência.
 

O tenente-coronel deixou neste sábado a prisão no Batalhão da Polícia do Exército, em Brasília, onde estava encarcerado desde o dia 3 de maio. Moraes atendeu a um pedido da defesa, que alegou não haver razões para a manutenção da prisão preventiva, e determinou a soltura do ex-ajudante de ordens mediante o uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar à noite e o afastamento do cargo de oficial do Exército.

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