Lula terá encontro com Zelensky nesta quarta em Nova York, dizem auxiliares do presidente brasileiro
Encontro deve acontecer no hotel em que Lula está hospedado
Depois de quatro meses de desencontros, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve se reunir com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, na próxima quarta-feira à tarde, em Nova York. De acordo com auxiliares do brasileiro, Zelensky aceitou o convite para a conversa, no hotel em que Lula está hospedado.
Em maio, os dois presidentes quase se reuniram durante a cúpula do G7, no Japão. A versão do governo brasileiro é que foram oferecidos mais de dois horários para Zelensky, que, assim como Lula, participou de parte do evento como convidado. Porém, o ucraniano não apareceu.
Leia também
• "Ladrão, pinguço": grupo de mulheres hostiliza Lula em Nova York, nos Estados Unidos
• Lula volta à ONU com questionamentos à governança multilateral e defesa do Sul global
• Jatos 'Lula Air' da FAB fizeram 1.480 voos este ano; confira a coluna desta segunda (18)
Já as autoridades ucranianas argumentaram que o Brasil demorou a responder ao pedido feito por Zelensky para se reunir com Lula. Quando a oferta de horários foi apresentada pelo governo brasileiro, o presidente do país do Leste Europeu já tinha compromissos agendados.
O desencontro perturbou as relações bilaterais. Zelensky deu declarações polêmicas depois disso. Uma delas, no mês passado, foi que Lula repete o que diz o presidente da Rússia , Vladimir Putin.
Lula e Zelensky conversaram por telefone, em março deste ano. No contato, o mandatário ucraniano convidou o presidente brasileiro para ir a Kiev.
O líder do governo no Senado, senador Jacques Wagner (PT-BA), afirmou ontem que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ofereceu dois horários para uma reunião com presidente ucraniano Volodymyr Zelensky durante a Assembleia Geral da ONU. A previsão é que o encontro com Zelensky ocorra após a abertura da Assembleia Geral.
Visões não alinhadas
Lula chegou a Nova York sábado à noite e ficará até quinta-feira. Além da Assembleia-Geral da ONU, há a previsão de um encontro com o presidente americano Joe Biden e outras reuniões.
Lula defende a criação de um grupo de países para ajudar a costurar um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia, e sinalizou que gostaria de conversar sobre o assunto com o presidente ucraniano. Zelensky diz que uma negociação teria que ter como base condições já apresentadas pela Ucrânia.
O presidente ucraniano gostaria que o Brasil adotasse uma posição mais dura contra a Rússia. O governo brasileiro condenou a invasão russa à Ucrânia, mas não concorda com a aplicação de sanções econômicas aos russos por países como Estados Unidos e os da União Europeia.
O assessor especial para assuntos internacionais do Palácio do Planalto, Celso Amorim, foi a Kiev, em maio, antes da Cúpula do G7. Em abril, Amorim foi a Moscou, onde se reuniu com o presidente da Rússia, Vladimir Putin. No mesmo mês, o chanceler russo, Sergey Lavrov, visitou Brasília e afirmou que Brasil e Rússia tinham visões comuns sobre a paz mundial.