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Declaração

Lula volta a chamar Bolsonaro de "psicopata" e condena fake news e violência no país

Presidente fez referência ao mencionar atos golpistas de 8 de janeiro durante cerimônia de recriação do Consea

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante cerimônia de reinstalação do ConseaPresidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante cerimônia de reinstalação do Consea - Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a se referir a Jair Bolsonaro (PL) como "psicopata" durante o evento de recriação do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) nesta terça-feira (28) em Brasília.

Mesmo sem citar nominalmente o ex-presidente, Lula chamou os golpistas que depredaram as sedes dos três Poderes em 8 de janeiro de "bárbaros, vândalos e psicopatas" e insinuou que os invasores podem ter sido "orientados pelo psicopata maior".

Na cerimônia, realizada no no Salão Nobre do Palácio do Planalto, o presidente agradeceu a solidariedade de aliados "durante todas as coisas ruins que aconteceram no Brasil", entre elas, mencionou Lula: o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e o tempo em que esteve preso em Curitiba. O chefe do Executivo destacou ainda o apoio recebido após os atos golpistas de janeiro:

— Queria agradecer sobretudo pela solidariedade contra a tentativa de golpe que foi dada nesse país no dia 8 de janeiro de 2023, quando invadiram a Suprema Corte, o Congresso Nacional e esse Palácio em que a gente está aqui. Aqui vocês percebem que tem várias coisas sem vidro ainda, que estão quebrados porque meia dúzia de bárbaros, vândalos e psicopatas — quem sabe orientados pelo psicopata maior — acharam que poderiam, depois de perder as eleições, ocupar o Palácio e dar um golpe de Estado. Se eles quiserem voltar a governar, primeiro terão que aprender a respeitar a democracia — pontuou Lula.

O petista já havia utilizado o termo para classificar o ex-mandatário durante a campanha para o segundo turno da eleição presidencial, em outubro de 2022. Na ocasião, Lula disse que Bolsonaro "funciona como se fosse um psicopata" e mencionou que o então presidente mentia com frequência.

Acompanhado pela primeira-dama, Rosângela Lula da Silva, a Janja; pelo ministro Márcio Macêdo (Secretaria-Geral); e Wellington Dias (Desenvolvimento Social e Combate à Fome) no Planalto, o presidente assinou hoje o decreto que atualiza o funcionamento do Consea e um segundo que dispõe sobre a Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional. O Consea é um órgão de assessoramento direto da Presidência da República para formulação, monitoramento e avaliação de políticas públicas de segurança alimentar e nutricional.

Violência e fake news
Durante a cerimônia, Lula repudiou casos de violência e a proliferação de fake news pelo país. O presidente mencionou dois casos que repercutiram em fevereiro: a chacina em Mato Grosso, em que um homem matou sete pessoas após uma partida de sinuca, e o episódio de um homem que jogou um carrinho de compras em uma mulher dentro do supermercado em Goiás.

— Tem uma parte da sociedade que está ficando desumana. Não é nem ser humano, é quase que o algoritmo do mal. Nós, brasileiros e brasileiras que acreditamos em Deus, no amor, na fraternidade, na relação entre os seres humanos, não podemos aceitar esse comportamento — ressaltou o petista.

Lula disse ainda que a polícia e ausência de políticas públicas e de infraestrutura promovida pelo Estado nas periferias também são responsáveis pela violência nessas regiões.

— Quando a gente discute que tem muita violência na periferia desse país, a gente precisa entender que não é só a questão da polícia que vai resolver a violência porque muitas vezes a polícia é a causa da violência. A violência muitas vezes é a falta do Estado na periferia. O Estado não está lá com saúde, educação, cultura, lazer, asfalto, tratamento de esgoto… Às vezes a figura do Estado não existe. E quando ela não existe, o povo da periferia paga o preço com a sua própria vida por irresponsabilidade do Estado — completou o presidente.

Ao mencionar o compartilhamento de desinformação, o presidente novamente classificou os responsáveis como "psicopatas": — A gente não aceita a política de fake news e a mentira como como forma de comunicação entre os seres humanos. Por isso é que nós precisamos combater toda e qualquer mentira e fake news porque os psicopatas estão soltos por aí — declarou.

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