Banco Central

Lula volta a criticar Campos Neto e afirma que vai 'continuar brigando' pela redução da taxa de juro

Presidente ainda pontuou que com a autonomia do banco, "não tem mais interferência da presidência da República"

Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da SilvaPresidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva - Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil/Arquivo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar a taxa de juros nesta sexta-feira. Durante evento no Ceará para celebrações de programas de microcrédito urbano e rural do Banco do Nordeste, Lula afirmou que vai "continuar brigando" pela redução da taxa.

— Nós temos que ter dinheiro para investir, e dinheiro para ser investido a juros baratos. Por isso que o cidadão do Banco Central precisa saber que ele é presidente do Banco Central do Brasil, e não de um país que não seja o Brasil, e que precisa abaixar o juros. Não é possível, como o empresário vai investir, fazer fábrica, um investimento qualquer se vai pegar juros muito alto? Vamos continuar brigando.

Na mesma declaração, Lula ainda falou sobre a autonomia do Banco Central e que, por isso, não "tem mais interferência da presidência da República". O presidente afirmou que não conversa com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e que "esse cidadão" "deve conversar com quem o indicou", em referência ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

— É importante vocês saberem: o presidente do BC não foi indicado por nós, foi indicado pelo governo anterior. E o BC agora é autônomo, não tem mais interferência da presidência da República que podia chamar o presidente do BC e conversar. Esse cidadão, se conversa com alguém, não é comigo. Deve conversar com quem o indiciou. E quem o indicou não fez coisas boas nesse país. A sociedade brasileira vai descobrir com o tempo.

Lula critica a alta taxa de juros desde o início do seu mandato. Após a reunião de agosto do Copom, que reduziu a taxa Selic em 0,50 ponto porcentual — de 13,75% para 13,25% ao ano — , Lula tinha reduzido a temperatura das críticas a Campos Neto.

No começo do seu discurso, Lula afirmou que, apesar da redução, ainda achava que a taxa estava elevada.

— E não pense que eu acho que o juros está baixo, o juros ainda está alto. Porque 2,16 ao mês é muita coisa. Eu acho que precisamos abaixar ainda. Obviamente que nós também não queremos quebrar o banco, porque tem que dar um lucro, se quebrar vai ser muito pior para nós, porque além de ficar me devendo nós não temos o banco para emprestar.

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