Logo Folha de Pernambuco
anistia

Malafaia cobra apoio da bancada evangélica à anistia do 8 de janeiro

Em entrevista ao Globo, pastor endossa fala de Bolsonaro e diz que presidente do PSD, Gilberto Kassab, irá apoiar o projeto

Bolsonaro (esq.) ao lado do Pastor Silas Malafaia, da Igreja da Assembleia de Deus Vitória em Cristo Bolsonaro (esq.) ao lado do Pastor Silas Malafaia, da Igreja da Assembleia de Deus Vitória em Cristo  - Foto: Mauro Pimentel/AFP

Líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo e aliado próximo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o pastor Silas Malafaia intensificou sua cobrança para que a bancada evangélica no Congresso apoie o Projeto de Lei da Anistia.

A proposta concede perdão aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023, quando as sedes dos Três Poderes, em Brasília, foram invadidas.

Em entrevista ao Globo, Malafaia argumentou que a questão da anistia tem ganhado cada vez mais força entre parlamentares conservadores e classificou como “clamor por justiça” a mobilização pela aprovação da medida.

O pastor estima que 90% da bancada evangélica votará a favor do projeto e afirmou que partidos aliados devem pressionar para que o tema tramite com urgência na Câmara.

— A injustiça clama a Deus, e nós, evangélicos, temos um salmo que diz que o trono de Deus é o cetro da Justiça. Acredito que entre sete e nove partidos vão pedir urgência na tramitação. Não vai ser molezinha, não (derrotar o projeto) — declarou.

O pastor também apontou que a discussão sobre a anistia ganhou maior capilaridade popular após o voto do ministro Alexandre de Moraes no caso da cabeleireira Débora Rodrigues.

Acusada de pichar a frase "Perdeu, Mané" na estátua da Justiça, localizada em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), Rodrigues recebeu de Moraes a sugestão de pena de 14 anos de prisão.

O ministro Flávio Dino acompanhou o voto, enquanto o ministro Luiz Fux pediu vistas ao processo.

— A questão da anistia furou a bolha de Bolsonaro — resumiu Malafaia.

Além disso, o pastor reforçou que Gilberto Kassab, presidente do PSD e secretário de Governo de São Paulo, estaria disposto a apoiar o projeto.

A declaração repete o que já havia sido afirmado pelo ex-presidente Bolsonaro durante um ato no Rio de Janeiro.

Malafaia acusou o STF de tentar pressionar Kassab a recuar, referindo-se à decisão de Moraes que determinou o retorno de uma investigação contra ele à Corte.

— Kassab não vai roer as cordas. Estão pensando que levar para o STF (o inquérito) vai fazer ele colocar o rabo entre as pernas. Desculpe pela expressão chula. Ele é um político de alto nível, não vai recuar por pressão — disse o líder evangélico.

No Congresso, os cálculos sobre o apoio à anistia variam.

O deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), aliado de Malafaia e integrante da bancada evangélica, projeta que o projeto terá entre 300 e 310 votos favoráveis na Câmara.

O número supera a estimativa do deputado governista Lindbergh Farias (PT-RJ), que mapeia cerca de 200 parlamentares dispostos a votar a favor da proposta.

Veja também

Newsletter