De olho em 2026

Malafaia diz que Zema e Caiado 'fingem' proximidade com Bolsonaro de olho em 2026: 'Oportunistas'

Líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo afirma que governadores estariam agindo com interesse em herdar o espólio do ex-presidente

O Pastor Silas Malafaia ao lado de Jair Bolsonaro O Pastor Silas Malafaia ao lado de Jair Bolsonaro  - Foto: PR/Isac Nóbrega

O pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, disse não acreditar no apoio dos governadores Romeu Zema (Minas Gerais) e Ronaldo Caiado (Goiás) ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo o líder religioso, a proximidade dos políticos com o ex-mandatário se dá pelo pleito de ambos para representar o bolsonarismo nas eleições de 2026:

— Estão fingindo que estão próximos de Bolsonaro, mas estão de olho na posição que ele vai deixar. Caiado e Zema querem tirar proveito político dessa massa monumental que apoia Bolsonaro. Querem ser a bola da vez. Essa é a verdade nua e crua, não acredito neles. São oportunistas — disse Malafaia.

O pastor ainda justifica sua avaliação:
— Nunca vi eles (Zema e Caiado) abrirem a boca para fazer uma defesa sobre essa perseguição a Bolsonaro. Nunca vi eles falarem nada — afirmou.

Ambos os governadores citados por Malafaia estiveram no ato de Bolsonaro na Avenida Paulista no mês passado. Segundo articuladores, a ida de Zema simbolizou uma tentativa de se aproximar do eleitorado bolsonarista para se cacificar para as eleições, em meio a um histórico de resistência entre ele e o entorno do ex-presidente.

No ano passado, um discurso de Zema durante o evento conservador CPAC Brasil foi amplamente criticado por políticos que compõem o núcleo duro de apoio ao ex-presidente.

Na ocasião, o governador pregou a "união da direita", mas foi rechaçado e chamado de oportunista. "O presidente @jairbolsonaro vem sendo perseguido desde janeiro 23. Não tem nenhuma ligação no meu celular, que está à disposição 24/7 ligado, de ninguém pregando união, nem oferecendo solidariedade, nem sugestão, nem nada. É tudo jogo de oportunismo político", escreveu o ex-secretário de Comunicação Fabio Wajngarten em seu perfil no X (antigo Twitter).

Neste ano, até o momento, Zema já fez quatro grandes gestos. O primeiro ocorreu no dia 8 de janeiro, quando confirmou presença no ato do governo federal, o "Democracia Inabalada", mas logo recuou. Em suas redes, disse que a organização tinha cunho político.

Ao final do mês, contrariou o governo federal e desobrigou a necessidade da carteira de vacinação para se matricular nas escolas estaduais. O movimento ocorreu após o Ministério da Saúde ter incluído a vacina da Covid-19 no calendário obrigatório para crianças de até cinco anos.

Recentemente, Zema também fez elogios públicos ao ex-presidente. Em entrevista à Jovem Pan, reconheceu Bolsonaro enquanto um grande articulador e afirmou que seu apoio terá grande peso nas próximas eleições presidenciais.

A relação com Caiado
Já o governador de Goiás foi eleito com o apoio do ex-presidente e tem dito desde o ano passado que quer ser candidato à Presidência com o mesmo aval. O que incomoda parte do bolsonarismo, contudo, é a aproximação republicana junto ao governo federal. Em junho passado, chegou a elogiar medidas de Lula (PT) para o agronegócio.

Nesta semana, em entrevista ao UOL, comentou sua relação com Bolsonaro:

— Você ser aliado politicamente não quer dizer que você esteja ali totalmente engessado. (...) Eu nunca fui cordeirinho, não sou vaquinha de presépio para dizer amém. Eu estou ali na política para defender as ideias que eu acredito — afirmou.

   

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