Ex-ministro da Fazenda

Mantega: "O BC de agora tem desempenho melhor do que na nossa época"

Ex-ministro da Fazenda diz que "Campos Neto é melhor do que Meirelles"

Ex-ministro Guido MantegaEx-ministro Guido Mantega - Foto: Reprodução/Internet

O ex-ministro da Fazenda Guido Mantega disse, nesta segunda-feira (18), em almoço com empresários, que o atual presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, é melhor do que Henrique Meirelles, ex-presidente do BC nos governos de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Mantega, integrante de um grupo de mais de 80 economistas que auxiliam na elaboração do programa de governo do petista, afirmou ainda que "o Lula de 2022 é o mesmo de 2002".

Segundo o ex-ministro, Campos Neto agiu "corretamente" ao adotar uma política econômica anticíclica, que diminuiu a taxa de juros no cenário de crise econômica antes da pandemia.

Meirelles, por outro lado, aumentou os juros na crise de 2008. Mantega e Meirelles eram de alas opostas durante, principalmente, o primeiro governo do PT.

— O Banco Central de agora está tendo um desempenho melhor do que na nossa época — afirmou Mantega, durante o evento realizado em São Paulo e organizado pelo grupo Esfera Brasil, que reúne empresários — Roberto Campos é melhor do que o Meirelles.

Questionado pelo empresário Flávio Rocha, da Riachuelo, se a eleição deste ano seria uma escolha entre o "socialismo e o capitalismo", Mantega afirmou que Lula é de "centro", e citou que sua gestão fez várias concessões.

Aos cerca de 30 empresários presentes no almoço, o ex-ministro se disse contrário à privatização da Petrobras, Eletrobras, Banco do Brasil e Caixa, mas disse não ver problema, por exemplo, em privatizações no setor siderúrgico.

— Esse Lula de 2022 é o mesmo de 2002. Um cara de centro. Não tem nenhuma mudança em relação ao Lula de 2002 — afirmou o ex-ministro, para quem a opção por Geraldo Alckmin como vice reforça essa ideia.

Mantega declarou que o ex-governador de São Paulo terá "participação ativa" em um eventual novo governo. Ele defendeu ainda a aprovação de uma reforma tributária logo no primeiro ano do novo governo, além do aumento do investimento público para geração de mais empregos no país. Segundo o ex-ministro, o atual teto de gastos bloqueou esses investimentos e, no lugar dele, poderia haver uma "âncora fiscal".

Mantega também criticou a política de preços da Petrobras e disse que o petróleo é uma commodity importante e que influencia a economia brasileira. Para ele, o país poderia criar um fundo de estabilização, como foi feito na Noruega e no Chile.

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