Lava-jato

Marcelo Odebrecht passa 2 anos trabalhando no Hospital das Clínicas por progressão de pena

Ex-executivo prestou serviço no setor administrativo duas vezes por semana, de forma discreta

Marcelo Odebrecht Marcelo Odebrecht  - Foto: Heuler Andrey/AFP

Um dos nomes mais simbólicos da Operação Lava-Jato, o executivo Marcelo Odebrecht trabalhou por dois anos de forma discreta no setor administrativo do Hospital das Clínicas (HC) da USP. A informação foi revelada pela Folha de S.Paulo e confirmada pelo Globo.

O trabalho de Marcelo começou em junho de 2021 e seguiu até janeiro deste ano, duas vezes por semana, a fim de ajudá-lo na progressão da pena a que foi sentenciado por corrupção ativa, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Funcionários relatam que passou despercebido durante o período.

O serviço foi possível a partir de um convênio fechado pelo HC, em 2018, com a Central de Penas e Medidas Alternativas da Justiça Federal de São Paulo (Cepema). O órgão foi criado para garantir o cumprimento e acompanhar a execução de penas restritivas de direitos e alternativas à prisão.

Marcelo foi presidente de uma das maiores empreiteiras do país, a Odebrecht SA (hoje Novonor), entre 2009 e 2015, até ser preso pela Polícia Federal na operação que investigava desvios na Petrobras. Renunciou à presidência da empresa seis meses depois.

À época, ele aparecia em 9º lugar na lista dos brasileiros mais ricos feita pela Forbes, com fortuna estimada em R$ 13,1 bilhões.

Ele foi condenado a 19 anos e 4 meses de prisão pelo então juiz Sergio Moro, em 2016. Depois de meses de negociação, assinou um acordo de delação com a Justiça junto ao pai, Emílio Odebrecht, e outros executivos.

Em dezembro de 2017, saiu da prisão e passou a cumprir pena domiciliar. No ano seguinte, foi condenado a dez anos e seis meses por corromper o ex-presidente da Petrobras Aldemir Bendine. Em 2019, obteve progressão de regime e autorização para voltar a trabalhar.

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