Logo Folha de Pernambuco

BRASIL

Marcha da Maconha, mulheres nas PMs e licença-paternidade: veja como foi atuação da PGR interina

Elizeta Ramos apresentou série de ações ao STF. Com a escolha de Paulo Gonet, que deve ter seu nome votado nesta semana pelo Senado, o período de interinidade está agora perto do fim

A procuradora-geral da República interna, Elizeta Ramos, durante sessão do STF A procuradora-geral da República interna, Elizeta Ramos, durante sessão do STF  - Foto: Rosinei Coutinho/STF

Em pouco mais de dois meses no cargo, a procuradora-geral da República interina, Elizeta Ramos, apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma série de ações sobre a participação de mulheres nas Forças Armadas e nas Polícias Militares, sobre divergências nas licenças maternidade e paternidade e contra leis municipais que proíbem manifestações como a Marcha da Maconha.

Elizeta Ramos assumiu o comando da PGR no fim de setembro, quando Augusto Aras deixou o cargo, sem saber se sua gestão duraria poucos dias ou mesmo meses, a depender da indicação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a vaga. Com a escolha de Paulo Gonet, que deve ter seu nome votado nesta semana pelo Senado, o período de interinidade está agora perto do fim.

O movimento mais recente de Ramos foi a apresentação, na última semana, de duas ações contra leis municipais de São José dos Campos e de Sorocaba, ambas em São Paulo. Na primeira cidade, foi aprovada uma lei proibindo o uso de espaços públicos para "atos de incentivo ao uso indevido de drogas". Na segunda, a legislação impede eventos "que façam apologia à posse para consumo e uso pessoal" de drogas.

Nos dois casos, a PGR argumentou que essas regras contrariam a liberdade de expressão e a liberdade de reunião, e ressaltou que o STF já decidiu, em 2011, que eventos como a Marcha da Maconha são permitidos. Os casos foram distribuídos para os ministros Nunes Marques e Gilmar Mendes.

 

No início de outubro, ainda no início da sua gestão, de Ramos, a PGR protocolou 14 ações questionando trechos de leis estaduais e do Distrito Federal que impõem um percentual máximo de mulheres nos efetivos das Polícias Militares e do Corpo de Bombeiros. Depois, no mesmo mês, outros três processos contestaram limites à participação feminina no Exército, Marinha e Aeronáutica.

"Não há fundamento razoável e constitucional capaz de justificar a restrição da participação feminina em corporações militares", afirmou a procuradora-geral interina.

Em duas dessas ações, os ministros Cristiano Zanin e Dias Toffoli suspenderam concursos da PM do Rio de Janeiro e do Pará, respectivamente. Depois, os governos estaduais adotaram os editais, e o STF permitiu a realização das provas. Na quinta-feira, Alexandre de Moraes suspendeu um concurso do Ceará, decisão que ainda precisa ser confirmada pelos demais ministros.

A PGR também atuou para uniformizar regras de licenças maternidade e paternidade. No fim de outubro, solicitou que não haja diferenciação nas regras dos setores público e privado, além de militares, e que o período da licença possa ser dividido entre o casal.

Em evento: Janja rebate críticas sobre sua presença em viagens oficiais com Lula: ‘Dane-se, eu vou estar sempre’

Depois, em novembro, o órgão apresentou mais 27 ações, contra leis de todos os estados e do DF, com pedidos semelhantes. Nesses processos, também acrescentou solicitação de que pais solo (biológicos ou adotantes) também tenham direito à licença de seis meses.

"É nocivo aos direitos à proteção da maternidade e da infância, ao estado de filiação, à família, à igualdade no exercício de direitos e

dos deveres referentes à sociedade conjugal e ao melhor interesse da criança e do adolescente que se mantenham diferenciações com relação aos critérios legais de afastamento concedido em cada uma das unidades da Federação", afirmou Ramos em uma das ações.

Veja também

Militar 'kid preto' será ouvido na próxima semana, e PF deve complementar relatório enviado ao STF
PLANO GOLPISTA

Militar 'kid preto' será ouvido na próxima semana, e PF deve complementar relatório enviado ao STF sobre plano golpista

Mesmo após mobilização, candidatos apoiados por Bolsonaro perdem em eleições da OAB pelo País
ADVOGADOS

Mesmo após mobilização, candidatos apoiados por Bolsonaro perdem em eleições da OAB pelo País

Newsletter