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MINISTRO DO STF

Marcos do Val detalha plano de Bolsonaro e Daniel Silveira para comprometer Alexandre Moraes

O diálogo seria gravado ilegalmente pelo parlamentar a partir de um escuta instalada por bolsonaristas que o auxiliariam no plano

O senador Marcos do Val (Podemos-ES) O senador Marcos do Val (Podemos-ES)  - Foto: Pedro França/Agência Senado

O senador Marcos do Val (Podemos-ES) detalhou, nesta quinta-feira (2), como foi arquitetado o suposto plano elaborado pelo então deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) e ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para dar um golpe de Estado.

De acordo com do Val, quando terminou as eleições, Silveira, que estava junto com Bolsonaro, propôs que ele se encontrasse com o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e conseguisse informações comprometedoras.

O diálogo seria gravado ilegalmente pelo parlamentar a partir de um escuta instalada por bolsonaristas que o auxiliariam no plano.

Segundo Silveira a proposta era ele ir ao encontro com uma escuta e teria uma equipe para dar suporte.

“Você vai ter uma audiência com Alexandre de Moraes, e você conduz a conversa para dizer que ele está ultrapassando as linhas da Constituição. E a gente impede o Lula de assumir, e Alexandre será preso’”, revelou do Val à GloboNews.

De acordo com o senador, o que os bolsoristas chamavam de equipe de suporte era, na verdade, militares integrantes do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e membros da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).  

O parlamentar disse que, a todo momento, Bolsonaro e Silveira afirmavam que a ação seria uma maneira de ‘salvar o Brasil’. 

Tentaram convencer do Val afirmando, ainda, que que o parlamentar seria considerado um herói nacional, caso conseguisse gravar o ministro ilegalmente.

Os criadores do plano garantiram, ainda segundo do Val, que a execução da operação era garantida, que não teria risco algum. A gravação seria usada, disse do Val, para ser o estopim de um golpe já arquitetado. 

Tudo foi verbalizado por Silveira, mas Bolsonaro estava presente e indicou concordar com a iniciativa, assegurou Marcos do Val.  

A função de Bolsonaro no plano, afirmou, era manter os acampamentos que, naquela ocasião, foram montados  em frente aos quartéis do Exército. 

A reunião, recordou do Val, ocorreu em 9 de dezembro, mesmo data em que Bolsonaro quebrou o silêncio pós-eleição e se dirigiu a apoiadores no cercadinho, quando não reconheceu o resultado das urnas e deu sinais de que ainda acreditava em uma virada de mesa. 
 

 

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