Maria do Rosário chama veto de Lula de "equívoco" e diz que votou contra "saidinha" de presos
Pré-candidata do PT à prefeitura de Porto Alegre, deputada foi a única na bancada do partido na Câmara a contrariar posição do Planalto
Única deputada do PT a votar pela derrubada do veto às restrições para a "saidinha" de presos em regime semiaberto, a deputada Maria do Rosário (RS) afirmou que a decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de ir contra o posicionamento do Congresso foi um "equívoco" e disse que sua postura em plenário, na contramão do Palácio do Planalto, buscou evitar "ataques rasteiros da extrema-direita".
Pré-candidata à prefeitura de Porto Alegre, onde o prefeito Sebastião Melo (MDB) tem proximidade com o bolsonarismo, Maria do Rosário tem trajetória ligada a causas relacionadas aos direitos humanos, o que já provocou embates inclusive com o ex-presidente Jair Bolsonaro. Além dela, apenas um outro integrante do PT votou junto com a oposição para derrubar o veto: o senador Fabiano Contarato (ES).
— Se eu não criar condição para que a população me escute em outros temas, sempre estarei como alvo de ataques da extrema-direita, então quis dialogar tirando o foco disso. Foi um equívoco o veto. Temos que debater de forma mais complexa temas como esse. Meu voto para derrubar o veto só serviria para ataques rasteiros — afirmou Maria do Rosário.
A decisão de Lula de barrar o item que proibia a saidinha de presos provocou insatisfação entre os líderes partidários e já era considerada uma derrota previsível pelo Planalto. Lula tomou a decisão aconselhado pelo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, e contra o entendimento dos ministros da Casa Civil, Rui Costa, e das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, previam a grande possibilidade de derrota do governo no Congresso. Na última quarta-feira, o veto foi derrubado com 314 votos na Câmara e 52 no Senado.
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A deputada diz que tem focado nas discussões sobre a reconstrução do Rio Grande do Sul e tem acompanhado o ministro Extraordinário de Apoio À Reconstrução, Paulo Pimenta, em agendas no estado.
— Procurei com esse voto retirar o discurso extremista que tenta sempre desvirtuar nossos posicionamentos e sair dessa questão, em que eu sou alvo de ataques permanentes. Meu objetivo unicamente é centrar no debate de como o Rio Grande do Sul vai se recuperar — complementou a deputada.