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CEARÁ

Marido de deputada que homenageou Flávio Dino renuncia cargo no PL e bolsonarista assume

Prefeito de Eusébio, Acilon Gonçalves era presidente estadual do partido no Ceará; 'divergências de entendimento com outros membros da sigla', justificou em nota

Marta Gonçalves, do PL, e o ministro da Justiça Flávio DinoMarta Gonçalves, do PL, e o ministro da Justiça Flávio Dino - Foto: Divulgação

Uma semana após a deputada estadual Marta Gonçalves (PL) ter dado aval a uma homenagem ao ministro da Justiça, Flávio Dino, o seu marido e prefeito de Eusébio, Acilon Gonçalves, renunciou a presidência do PL estadual no Ceará. Em seu lugar, o cargo foi ocupado pelo deputado estadual bolsonarista Carmelo Neto.

Ao anunciar sua saída da sigla, Acilon Gonçalves afirmou que deixou a presidência por "divergências de entendimento com outros membros da sigla". A saída foi formalizada nesta terça-feira: "Considerando as dificuldades de relacionamento com pessoas do partido que não pertencem oficialmente à Executiva Nacional, tão pouco à Executiva do Partido Liberal no Estado do Ceará; e considerando o respeito que tenho por Vossa Senhoria, bem como meu desejo e anseio do que é melhor para a Agremiação, apresento minha RENÚNCIA em caráter definitivo, irretratável e irrevogável à presidência da Comissão Provisória da Executiva do Partido Liberal no Estado do Ceará", disse em sua carta enviada ao líder da sigla, Valdemar Costa Neto.

No comando do diretório estadual desde janeiro de 2019, Acilon era aliado do então governador do estado Camilo Santana (PT). Com a entrada de Jair Bolsonaro (PL), seus apoiadores cearenses o acompanharam, tornando a sigla mais conservadora. Por este motivo, ele precisou se distanciar do governismo e assumir uma postura mais à direita.

O clima de tensão com a ala bolsonarista, contudo, seguiu escalonando. O ponto mais alto ocorreu quando a chapa dos quatro deputados estaduais eleitos terminou cassada pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-CE) por fraude à cota de gênero e aguarda parecer do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Por ser o responsável pelo partido, o prefeito de Eusébio foi responsabilizado pelos seus adversários internos.

A saída do deputado federal Yury do Paredão também representou mais uma crise: do grupo do prefeito de Eusébio, o parlamentar foi expulso do PL após ter posado "fazendo o L" ao lado de ministros de Lula.

Ao oficializar Carmelo Neto no comando, Valdemar Costa Neto ainda anunciou a pré-candidatura do deputado federal André Fernandes, outro defensor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que estava insatisfeito com os rumos governistas da sigla no estado. "Seguiremos sempre fortes e unidos em nome da liberdade e da democracia", disse o presidente do partido.

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