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RIO DE JANEIRO

Matadores de Marielle vão a júri: por quais crimes Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz são acusados?

EX-PMs são réus confessos do assassinato da vereadora e do motorista Anderson Gomes

Ronnie Lessa e Élcio QueirozRonnie Lessa e Élcio Queiroz - Foto: MP/Reprodução

Após mais de seis anos do assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes, os executores confessos sentam-se no banco dos réus. O julgamento de Ronnie Lessa e de Élcio de Queiroz tem início nesta quarta-feira, no 4º Tribunal do Júri do Rio, no Centro do Rio de Janeiro.

A parlamentar era o alvo do ataque a tiros realizado em 14 de março de 2018. Ao sair de um evento na Casa das Pretas, espaço coletivo de mulheres negras na Lapa, na Centro do Rio, Marielle embarcou no carro junto com a assessora Fernanda Chaves.

O veículo, dirigido por Anderson, foi emparelhado por um Cobalt prata, momento em que foi atingido por diversos disparos de uma submetralhadora HK MP5. A parlamentar foi baleada quatro vezes no rosto. O motorista também foi gravemente ferido. Os dois morreram no local.

Presos em 12 de março do ano seguinte, em uma das operações sobre o caso, Lessa e Queiroz, que são ex-policiais militares, assumiram serem os executores. Agora, os dois respondem por duplo homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, emboscada e recurso que dificultou a defesa da vítima) e pela tentativa de homicídio contra Fernanda.

Os dois também acordaram, separadamente, delações premiadas com a Polícia Federal. A partir delas, respostas para as perguntas "Quem mandou matar Marielle? E por quê?" começaram a ser vislumbradas apenas anos depois do crime, quando os nomes dos supostos mandantes — Domingos Brazão, Chiquinho Brazão e Rivaldo Barbosa — vieram à tona.

Nos depoimentos, deram detalhes do planejamento, da execução do crime e do que se sucedeu para encobrir as provas e apagar rastros.

As defesas dos réus esperam que, com a cooperação a partir das informações, sejam aplicadas penas "justas" neste julgamento.

A audiência no 4º Tribunal do Júri do Rio tem início marcado para as 9h desta quarta-feira. Os réus participam de forma remota, por videoconferência, dos presídios onde estão. Lessa a partir do Complexo Penitenciário de Tremembé, em São Paulo; e Queiroz do Complexo da Papuda, presídio federal em Brasília.

Testemunhas também poderão participar de forma on-line. O julgamento terá transmissão ao vivo pelo canal do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro no YouTube.

Durante a sessão, serão ouvidas nove testemunhas, dois quais sete indicadas pelo Ministério Público estadual e duas pela defesa de Ronnie Lessa. A defesa de Elcio de Queiroz desistiu de ouvir as testemunhas que havia requerido anteriormente.

Após estes depoimentos e os dos réus, tem início o tempo para que os defensores dos réus e a acusação debatam o processo. A previsão é de que o julgamento se estenda por ao menos dois dias.

O juiz Gustavo Kalil, titular do 4º Tribunal do Júri, decidiu que comparecerão no plenário apenas os participantes do júri. Antes definido para presidir o julgamento, ele foi substituído pela juíza Lucia Glioche. O Juízo solicitou às partes envolvidas no processo que apenas compareçam em plenário as pessoas que efetivamente participarão do júri.

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