Jair Bolsonaro

Mauro Cid contraria estratégia de Bolsonaro e decide falar à PF sobre caso das joias

Este é o terceiro depoimento prestado pelo militar desde a última sexta-feira

Mauro Cid na CPI do DF Mauro Cid na CPI do DF  - Foto: Reprodução/TV Câmara Distrital

Ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid continua nesta quinta-feira na sede da Polícia Federal prestando depoimento sobre o suposto esquema de desvio de joias e relógios do acervo público. Também intimados a depor, o ex-presidente e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro já saíram do prédio da PF após recorrerem ao direito de ficar em silêncio.

Esta é a terceira vez que Cid depõe à PF em menos de uma semana. Na sexta e segunda-feira passada, ele ficou por mais de 16 horas diante dos investigadores.

Após ficar em silêncio nas primeiras vezes em que foi chamado a depor, Cid mudou de estratégia depois que trocou de advogado pela terceira vez. Ao GLOBO, o criminalista Cezar Bitencourt afirmou que ele está colaborando com as investigações.

— Estamos muito cansados, estamos verificando um monte de material. Tem documentos que a gente tem que analisar, a gente leva horas, papéis, a gente fica movimentando coisas — afirmou o advogado, na última terça-feira.

Os dois depoimentos prestados anteriormente estavam relacionados ao inquérito que apura a suposta contratação dos serviços do hacker Walter Delgatti Netto para invasão das urnas eletrônicas. A oitiva desta quinta-feira se refere à investigação de que relógios e joias dados por autoridades estrangeiras foram ocultadas e vendidas no exterior.

Há duas semanas, Bitencourt disse ao GLOBO que o militar pretendia prestar um depoimento assumindo as negociações para revenda de um relógio Rolex, recebido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em viagem oficial. O advogado também afirmou que a carreira de Mauro Cid foi marcada pelo respeito à “obediência hierárquica” dentro do Exército.

Terceiro criminalista a assumir a defesa do ex-ajudante de ordens, ele disse que o oficial “sempre cumpriu ordens” e isso pode, inclusive, “afastar a culpabilidade dele” em investigações sobre o suposto desvio de joias do acervo presidencial e sobre a suposta fraude em cartões de vacina.

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