Mauro Cid disse em delação que recebeu 'ordem' de Bolsonaro para falsificar cartão de vacina
Ex-ajudante de ordens afirmou que entregou documento adulterado 'em mãos' ao ex-presidente
O tenente-coronel Mauro Cid afirmou, em acordo de delação premiada, que recebeu uma "ordem" do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para falsificar os cartões de vacina dele e de sua filha, e que entregou o documento "em mãos" a Bolsonaro. Na época dos fatos narrados, Cid era ajudante de ordens do então presidente.
"Confirma (que) recebeu a ordem do ex-presidente da República, Jair Bolsonaro, para fazer as inserções dos dados falsos no nome dele e da filha Laura Bolsonaro; que esses certificados foram impressos e entregue em mãos ao presidente", diz o termo do depoimento.
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O sigilo do acordo de delação foi retirado nesta quarta-feira pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribuna Federal ( STF), responsável por homologar o acordo.
No ano passado, a Polícia Federal (PF) indiciou Bolsonaro, Cid e outras 15 pessoas pela suspeita de um esquema de fraude em cartões de vacina. A Procuradoria-Geral da República (PGR) ainda não decidiu se apresenta uma denúncia sobre este caso.
Na terça-feira, a PGR apresentou uma denúncia contra Bolsonaro, Cid e outras 32 pessoas, mas relacionada a outra investigação, sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado.