Mauro Cid quebra silêncio em depoimento à PF sobre joias sauditas dadas a Bolsonaro
Ex-ajudante de ordens do ex-presidente falou por videoconferência e respondeu a todas as perguntas. Na semana passada, coronel optou por ficar em silêncio
O coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, prestou novo depoimento à Polícia Federal na tarde desta segunda-feira (22).
Homem de confiança do ex-mandatário, Cid foi questionado sobre as joias dadas pelo governo da Arábia Saudita a Bolsonaro e à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
Este foi o segundo depoimento do militar a respeito das tentativas de liberação das joias apreendidas pela Receita Federal no Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP).
Cid foi ouvido por videoconferência e respondeu a todas as perguntas feitas pelo delegado Adalto Machado, da PF em São Paulo, segundo reportou o g1. O conteúdo de seu depoimento não foi revelado.
O militar está preso por conta de investigações a respeito de fraudes no cartão de vacinação de Bolsonaro. Na semana passada, o outrora braço direito do ex-presidente ficou em silêncio durante audiência sobre esse caso.
Cid teve envolvimento direto com as tentativas do governo Bolsonaro de reaver as joias apreendidas pela Receita em outubro de 2021. Depois de três tentativas frustradas de liberar as peças, o Planalto tentou uma última cartada em 29 de dezembro de 2022, a dois dias do fim do mandato de Bolsonaro. Naquela data, o primeiro-sargento da Marinha Jairo Moreira da Silva, um funcionário da Presidência, foi enviado a Guarulhos em uma viagem de urgência em voo da Força Aérea Brasileira (FAB).
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A justificativa que consta no Portal da Transparência diz que o militar faria a viagem “atendendo a demanda recebida do chefe da ajudância de ordens do presidente da República”. O chefe da ajudância de ordens à época era Mauro Cid, que exerceu a função de 14 de dezembro de 2018 até 4 de janeiro deste ano, quando foi exonerado pela gestão Luiz Inácio Lula da Silva.