ELEIÇÕES 2022

MDB e União Brasil terão de avalizar Doria, diz presidente do PSDB

Um dia após manifestar apoio ao ex-governador de São Paulo, Bruno Araújo diz que endosso ao tucano terá que partir de 'consórcio' de partidos

Governador de São Paulo, João Doria (PSDB)Governador de São Paulo, João Doria (PSDB) - Foto: Governo do Estado de São Paulo

Um dia após emitir uma nota endossando a candidatura de João Doria à Presidência da República, o presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, afirmou que o nome do governador licenciado pode ser retirado em favor de outro com mais condições de disputar o Planalto.

"Isso vai afunilar no momento apropriado. O caminho a ser dado será o da sensatez para encontrar um nome nesse conjunto de alianças políticas, nesse conjunto de partidos, que melhor ofereça ao país. O PSDB oferece a sua alternativa, mas definiremos de forma coletiva", declarou Araújo.

Segundo Araújo, os quatro partidos vão começar a conversar a partir da semana que vem para comecar a estipular os critérios para a definição do nome. Ele mencionou pesquisas eleitorais e qualitativas como algumas condições a serem analisadas.

"A candidatura do PSDB está contida num acordo maior. O que antecede é um acordo político de um grande consórcio político, com União Brasil e MDB. Essa candidatura sai de algo além do PSDB. É nessa construção que estamos dedicados. Com União Brasil, PSDB, MDB, Cidadania, num outro momento, eventualmente o Podemos, vamos encontrar quem é o candidato que aglutina as suas forças. Cada um vai fazer seu movimento", disse o tucano.

Ele afirmou que a carta publicada na quinta-feira (31) endossando a candidatura de Doria à Presidência foi feita para "garantir estabilidade interna" no partido, uma vez que movimentos do ex-governador gaúcho Eduardo Leite acenavam para uma articulação visando minar o projeto do paulista.

Questionado sobre Leite, adversário de Doria nas prévias internas, ter marcado encontro com Sergio Moro, que desistiu da disputa pela Presidência na quinta-feira, Araújo afirmou ver essa conversa com naturalidade. E disse ainda ter visto a atitude de Leite de se licenciar do cargo como "decente", e que o gaúcho vai continuar se habilitando para "qualquer chamamento".

"Numa democracia, ninguém impede um político de se movimentar. Um político que não se movimenta, você acredita que ele morra, né?".

O ex-presidente da Câmara dos Deputados e atual secretário de Projetos e Ações Estratégicas do governo de São Paulo, Rodrigo Maia, confirmou sua filiação ao PSDB nesta sexta-feira. O evento contou com a presença de Doria, Araújo, Marco Vinholi (presidente estadual do PSDB), o deputado federal Alexandre Frota e dirigentes paulistas.

Doria foi perguntado se as reviravoltas da quinta-feira não teriam enfraquecido o PSDB e irritado correligionários e comparou a legenda a uma família.

"(Como) numa família, você não tem unidade todos os dias, e nem por isso você deixa de compor um lar", afirmou Doria.

Ex-dirigente do DEM, hoje fundido ao PSL e tornado União Brasil, Maia defendeu que o PSDB deveria se reconhecer um partido de direita. Ele criticou o partido por não ter assumido essa posição quando foi tirado do centro ideológico durante do governo de Fernando Henrique Cardoso.

Em seu discurso, Maia declarou que o PSDB cometeu o erro de posicionar como de centro, e que o papel do partido é tentar recuperar os eleitores de direita que votaram em Bolsonaro em 2018.

"Nós não somos de centro. O sistema é binário. Não há terceira via, não há centro. O PSDB cometeu um erro de não compreender que após o governo Fernando Henrique, quando o PT nos colocou mais à direita, nós não assumirmos essa posição na sociedade", afirmou Maia.

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