Saúde

Médico de Lula e integrante da transição se reúne com Lula e rechaça possibilidade de ser ministro

Roberto Kalil esteve com Lula, mas afirmou que encontro não tratou sobre o Ministério da Saúde

Roberto Kalil Roberto Kalil  - Foto: Kelly Queiroz/Divulgação

O cardiologista Roberto Kalil, membro da equipe de transição no grupo técnico da Saúde, descartou a possibilidade de assumir o Ministério da Saúde na próxima gestão. Kalil se reuniu nesta quarta-feira (7) com o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em Brasília, mas afirmou que a conversa não envolveu a formação da pasta e que, em caso de convite, negaria.

— A nossa conversa não envolveu Ministério da Saúde. Eu evidentemente, deixo claro, que o meu Ministério da Saúde será o Instituto Coração e a minha clínica privada. Meu ministério é o Incor e os pacientes, nunca largaria isso, são minha vida. Mas estou em um ponto que acho que posso contribuir bastante. Não foi tocado em assunto de ministério e, mesmo convidado, eu não teria aceito.

Kalil, que é médico de Lula, entregou a primeira parte de um relatório contendo sugestões para o Ministério da Saúde durante o encontro. O documento foi construído por um grupo de médicos escalado por Lula para auxiliar a atuação da pasta e do futuro ministro. Kalil, que é médico de Lula, destacou entre as propostas apresentadas a importância do incentivo à vacinação entre um dos principais objetivos do grupo.

— A vacinação é fundamental. O incentivo à população a vacinar é imperativo. Não só a vacina da covid como qualquer outro tipo de vacina. Sabemos que há uma queda desde 2016 no número de vacinações, então um dos objetivos sem dúvida nenhuma desse grupo, a sugestão, é obviamente incentivar a sociedade, inclusive falar da importância da vacinação.

O cardiologista ainda reforçou a necessidade de fortalecimento do SUS e apontou que o percebe esse ponto como um dos principais objetivos do presidente eleito para a próxima gestão.

Além de Kalil, o grupo é formado por Drauzio Varella; o pneumologista Carlos Carvalho, da USP, o presidente do conselho do Hospital Albert Einstein, Cláudio Lottenberg; o diretor do Hospital do Rim e professor da Unifesp, José Medina Pestana; o diretor da Divisão de Cirurgia Cardiovascular do Incor, Fábio Biscegli Jatene; o presidente do conselho diretor do Instituto de Radiologia da USP, Giovanni Guido Cerri; o urologista e presidente do Conselho do Instituto Criança e Vida; Miguel Srougi e a professora titular da USP, Linamara Rizzo Battistella, que atua como colaboradora da Organização Pan-americana de Saúde.

Sobre a saúde de Lula, Kalil afirmou que o presidente é uma pessoa “saudável”, “ativa” e que se cuida. Lula está se recuperando de uma cirurgia para a retirada de uma uma lesão na laringe. A recomendação era que o presidente poupasse a voz. No final de semana, Lula passou por uma nova bateria de exame.

— Está ótima. O presidente é uma pessoal saudável. O que você acha de uma pessoa que faz atividade física todo dia? Ativo para burro. Nos primeiros 15 dias após a cirurgia é poupar a voz, mas o presidente faz sessão de fono todos os dias, ele tem consciência, é uma pessoa saudável e que se cuida.

A leucoplasia é o desenvolvimento de manchas ou placas brancas principalmente nas pregas vocais, mas também podem aparecer na região da laringe. Essas lesões são consideradas pré-malignas. No entanto, a evolução para um câncer ocorre em menos de 20% dos casos.

O presidente eleito tem 77 anos e será o presidente mais velho a assumir o governo do Brasil. Durante a campanha eleitoral, sua voz muito rouca, por vezes falhada durante os discursos, debates e entrevistas, chamou a atenção de quem acompanhou o então candidato.

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