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ENTREVISTA

Médicos explicam que Lula teve dois hematomas após queda no Alvorada

Primeiro sangramento foi absorvido pelo próprio corpo

Médicos explicam que Lula teve dois hematomas após queda no AlvoradaMédicos explicam que Lula teve dois hematomas após queda no Alvorada - Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sofreu dois sangramentos após a queda que sofreu no banheiro do Palácio da Alvorada em outubro, explicaram os médicos durante coletiva de imprensa nesta quinta-feira. O chefe do Executivo precisou realizar uma cirurgia de urgência na madrugada da terça-feira para drenar a segunda hemorragia e, nesta manhã, fez um novo procedimento para evitar a ocorrência de futuros sangramentos.

— Depois da queda, ele desenvolveu um higroma, que é como um hematoma mais líquido dos dois lados (do cérebro). No lado esquerdo, ele teve um crescimento do hematoma, mas depois ele diminuiu muito de tamanho e, agora, se refez agudamente e precisou ser drenado. Do outro lado, teve um crescimento muito lento, mas depois ele (o cérebro) absorveu, e o hematoma desapareceu. Então ele teve um hematoma bilateral e extracraniano subdural. Não foi (dentro) no cérebro, foi entre o crânio e o cérebro, na meninge — explicou o neurologista Rogério Tuma.

O presidente está bem, conversando, e deve ter alta no começo da próxima semana, segundo os médicos. O segundo sangramento, que precisou ser drenado, foi identificado durante uma ressonância magnética feita na segunda-feira após Lula se queixar de dores de cabeça. O mandatário foi transferido para a unidade de São Paulo do Hospital Sírio-Libanês, onde foi submetido a uma trepanação.

A cirurgia envolve uma perfuração no crânio pela qual foi inserida uma sonda que chegou até o local do hematoma e drenou o sangramento. Ela foi bem sucedida, e Lula está com as funções neurológicas preservadas, sem risco de lesão cerebral, segundo disse seu médico Roberto Kalil.

Nesta terça-feira pela manhã, o presidente passou por um novo procedimento chamado de embolização da artéria meníngea média para evitar a ocorrência de novos sangramentos no futuro. A intervenção já estava prevista e é considerada minimamente invasiva, dispensando necessidade de anestesia geral, explicou José Guilherme Caldas, intervencionista que fez a embolização:

— O que injetamos são partículas, como se fosse uma gelatina, que entopem esse vaso. O que importa é fazer o sangue deixar de chegar nesse local (onde estava o hematoma). Como a artéria mede por volta de 1 milímetro, o cateter é muito fino e o procedimento é simples. (...) Foi feita uma sedação simples, porque o procedimento é chamado de minimamente invasivo.

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