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Mesmo aprovado, reajuste proposto por Zema tem traições de deputados da base

21 parlamentares que integram a gestão do governador votaram a favor das emendas, que acabaram rejeitadas; Chiara Biondini (PP) teve aliados exonerad

O governador de Minas Gerais, Romeu ZemaO governador de Minas Gerais, Romeu Zema - Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

Após semanas de tensão durante a tramitação do reajuste salarial para os servidores públicos, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), obteve uma vitória na tarde desta quinta-feira quando conseguiu aprovar o índice proposto de 4,62%.

Apesar de terem sido derrotadas, as emendas da oposição, contudo, receberam o aval de pelo menos 21 parlamentares da base de apoio do governador.

As proposições que visavam aumentar o índice de reajuste foram todas rejeitadas por 28 votos a 36. Apesar da vitória do governador, essa foi a vez que sua base demonstrou menor apoio desde o início de seu segundo mandato. Anteriormente, sua menor votação havia sido na aprovação da reforma administrativa, em abril do ano passado, quando 39 deputados votaram com ele.

Nas suas redes sociais, Zema se limitou a agradecer a votação do texto-base: "Agradeço ao presidente da ALMG e aos 64 deputados estaduais que conhecem a situação financeira do estado e aprovaram o aumento de 4,62% a todos os servidores, limite possível de honrar compromissos e pagar os salários em dia. Minas segue avançando com diálogo e responsabilidade", escreveu em seu perfil no X (antigo Twitter).

Já o líder do governo na Casa, João Magalhães (MDB), elogiou o governador e disse que a hora é de novos projetos:

— Para as próximas semanas estão previstas discussões de projetos importantes e a base do governo segue pronta para participar ativamente da construção e votação — afirmou.

Fogo amigo
Desde que o Projeto de Lei 2309/2024 chegou à Assembleia, no dia dois de maio, enfrentou duras críticas até mesmo entre aliados governistas. Inicialmente, a proposta concedia um reajuste de 3,62%, atualizado em 1% nesta semana.

A crise mais severa ocorreu às vésperas da votação, quando o governador exonerou três aliados de Chiara Biondini (PP), após ela ter se manifestado a favor do índice de 10,67%.

— Meu voto não está a venda e infelizmente, estão punindo todo o estado de Minas Gerais. Por aqui, continuo defendendo e agindo em favor daquilo que eu acredito — disse a parlamentar.

Ainda na fase de comissões, o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Arnaldo Silva (União Brasil), foi um dos que criticou a ausência de diálogo com o governador.

— Eu venho com tristeza pela falta de respeito, pela falta de diálogo. Olha a encruzilhada: o que vamos fazer sobre esse projeto? Deixar de votar e prejudicar outros servidores? Ou deixar de votar (...) Não podemos emendar o projeto, segurar o projeto vai adiantar? Eu fico preocupado se esse não é objetivo desse governo: segurar para não dar aumento nenhum — disse o deputado estadual.

Ânimos ainda exaltados
Apesar do fim da tramitação na Assembleia Legislativa, os servidores públicos do estado hoje seguem em greve contra o reajuste aprovado. Segundo o Sinfazfisco-MG, o índice concedido está 5,79% abaixo da inflação acumulada entre 2022 e 2023, quando os salários não foram atualizados.

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