Mesmo com chuva, manifestantes se reúnem em protesto contra Bolsonaro no Recife
Durante o percurso os manifestantes empunharam palavras de ordem
Nem a chuva afastou as manifestações políticas que saíram às ruas contra o presidente Jair Bolsonaro no Recife. Neste sábado (19), movimentos sociais, centrais sindicais e estudantes, se juntaram ao movimento nacional do 19J para protestar contra a gestão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). A concentração teve início às 9h na Praça do Derby, área central do Recife. Em seguida, os manifestantes saíram pela Avenida Conde da Boa Vista, em direção a Ponte Duarte Coelho.
Durante o percurso os manifestantes empunharam palavras de ordem. Desde a sexta-feira (18), a Capital Pernambucana tem registrado acumulado de chuvas superiores a 30mm segundo a Agência Pernambucano de Águas e Climas (Apac). No percurso da Avenida Conde da Boa Vista, o aguaceiro deu uma trégua, mas voltou a cair novamente quando os manifestantes chegaram a Ponte Duarte Coelho para fazer o ato simbólico. O ato envolvia um “abraçasso”, que é um abraço entre as pontes Duarte Coelho e a Princesa Isabel, palco dos últimos ataques de violência Policial da última manifestação.
Este foi o primeiro protesto desde o 29 de maio, quando houve o episódio de violência policial e resultou, nos casos mais graves, no ataque a dois homens que perderam parcialmente a visão.
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Também neste ato, pela primeira vez, houve a presença de conselheiros de conciliação, um grupo de onze pessoas enviadas pelo Estado para garantir a segurança de todos os presentes. Todos estavam identificados e usavam coletes laranjas. “Nós já fazíamos isso indiretamente, agora a gente resolveu, o secretário Sileno Guedes e o governador do Estado de Pernambuco, resolveram colocar em prática na rua esse grupo que sempre faz de preparação, de atos aqui no estado de Pernambuco, para que a gente possa evitar qualquer desgaste de ambas as partes”, conforme explica Eduardo Vasconcelos, Secretário executivo da Secretaria de Desenvolvimento Social Criança e Juventude.
Segundo organizadores, a expectativa de público foi em torno de mais de 5 mil pessoas. Além dos movimentos, torcidas organizadas de futebol pernambucano também marcaram presença no ato. Apesar de rivais no campo de futebol, nas ruas, todos se concentraram atrás do mesmo cartaz escrito “pela democracia”.
Políticos do campo da esquerda também estiveram presentes na manifestação. Como Ivan Moraes, vereador do Recife. “Eu assumi um compromisso comigo mesmo e com todo mundo que anda comigo, eu vou fazer tudo o que tiver ao meu alcance para que Bolsonaro saia o mais breve possível do poder. Ele faz muito mal à saúde do país, por isso mesmo que a pandemia ainda está rolando, mesmo assumindo um certo risco, a gente está vindo para rua. A gente está vindo todo mundo protegido, todo mundo de máscara boa, você pode ver que o distanciamento está funcionando, tem muito álcool 70 na mão de todo mundo. Esse ato já é pelo menos 2 vezes maior do que o ato do dia 29 de maio. Eu tenho certeza absoluta que vai terminar da melhor maneira possível”, disse o parlamentar.
A deputada federal Marília Arraes (PT) também acompanhou a caminhada. “Com certeza a gente preferiria não precisar ir pra rua, não precisar fazer esse tipo de manifestação num momento crítico como esse. Mas Bolsonaro tem se mostrado uma ameaça não somente para os brasileiros, com meio milhão de mortos, mas para o mundo inteiro. Tá sendo vitrine negativa para o mundo a péssima gestão que o Brasil tem tido com a Covid”, disse a petista.
O também petista e deputado federal Carlos Veras, esteve presente no ato. “As pessoas só saem no sol, na chuva e só saem as ruas em uma pandemia, em uma crise sanitária, quando o presidente da República, quando o governante é mais prejudicial à vida da população do que o próprio vírus, do que a própria situação que o Brasil se encontra. É por isso que as pessoas estão nas ruas gritando pelo fora Bolsonaro”, concluiu o deputado.