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Partidos

Mesmo com ministérios, PP e Republicanos dão 20% dos seus votos contra Reforma Tributária

Governo contou com apoio quase unânime de MDB e União, outros dois partidos da base aliada, para aprovar a Reforma Tributária

Plenário finaliza a votação da reforma tributáriaPlenário finaliza a votação da reforma tributária - Foto: Roque de Sá/Agência Senado

Apesar de terem sido incluídos no governo por meio das indicações de André Fufuca e Silvio Costa Filho para ministérios, PP e Republicanos entregaram apenas 2 dos seus 10 votos no Senado para a aprovação da Reforma Tributária. O resultado sublinha a dificuldade que o governo vem enfrentando na Casa após ter estabilizado a relação com a Câmara.

Os problemas do governo ocorrem porque a configuração desses dois partidos no Senado é ideologicamente diferente em relação à Câmara. Dos quatro senadores do Republicanos, por exemplo, três são bolsonaristas, incluindo o ex-vice-presidente Hamilton Mourão, a ex-ministra Damares Alves.

Como a votação da Reforma Tributária era feita por meio de uma proposta de emenda à Constituição, o governo precisava de no mínimo 49 votos favoráveis à proposta para que ela fosse aprovada. No primeiro turno, 53 votaram a favor do projeto.

No PP, apenas dois dos seis senadores votaram a favor da reforma tributária. Na legenda, a senadora Tereza Cristina também foi ministra do governo Bolsonaro.

Por outro lado, o governo contou, no PP, com o apoio do ex-ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira. O senador afirmou que não iria se aliar ao governo mesmo após a indicação de Fufuca para o Ministério do Esporte. Apesar disso, nessa votação, ele não seguiu o resto da oposição.

Os problemas do governo no Senado aumentaram nas últimas semanas. Em gestos à oposição, o presidente da Casa, o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), tem dado andamento a projetos alinhados à pauta conservadora, dentro de uma equação que já vislumbra a candidatura de Davi Alcolumbre (União-AP), seu aliado, para o comando do Senado em 2025. Além disso, no final de outubro, a rejeição ao nome de Igor Roque para a Defensoria Pública da União por 38 votos a 35, foi o recado de emparedamento mais claro ao governo.

A aprovação da Reforma foi garantida, entretanto, além pelo apoio do PT e outros partidos mais alinhados ao governo, pelo posicionamento unânime do MDB: todos os 11 senadores da legenda apoiaram a Reforma Tributária. A sigla garantiu, sozinha, 22% do apoio necessário para a aprovação.

O União, outro partido com representantes na Esplanada dos Ministérios, também apoiou o projeto em maioria: foram 6 votos a favor da proposta. A única divergência foi do senador Sergio Moro.

Principal partido de oposição, o PL deu 10 votos contra o projeto e apenas um favorável. A traição foi do senador Eduardo Gomes (PL-TO).

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