OPERAÇÃO DA PF

Michelle Bolsonaro chegou a admitir que pacote de joias foi entregue no Alvorada

Caso teve origem com descoberta de supostos presentes destinados à então primeira-dama

Caso teve origem com descoberta de supostos presentes destinados à então primeira-dama, Michelle Bolsonaro Caso teve origem com descoberta de supostos presentes destinados à então primeira-dama, Michelle Bolsonaro  - Foto: Divulgação/Reprodução

Apontada ao longo da investigação como destinatária das joias que deram início à investigação que atingiu o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro não foi indiciada pela Polícia Federal no inquérito sobre a suposta apropriação e venda ilegal de itens que faziam parte do acervo presidencial.

A apuração teve início com a notícia de que um ex-assessor do ex-ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque tentou entrar no país com um conjunto de joias sauditas que seriam um presente à então primeira-dama, sem os declarar à Receita.

O kit da marca Chopard era composto por colar, anel, relógio e um par de brincos de diamantes, e foi avaliado por peritos da PF em R$ 5 milhões. Os objetos deveriam ter sido incorporados ao patrimônio da União.

 

Indiciado pela PF, Bolsonaro optou por ficar em silêncio quando foi chamado a depor. Em outras ocasiões, ele negou ter ordenado a venda de joias, disse que não pediu ou recebeu presentes e reiterou que não há "qualquer ilegalidade".

A PF não indiciou Michelle diante da ausência de provas de que ela tinha conhecimento sobre as negociações envolvendo as joias que chegaram a ser vendidas, como um kit saudita avaliado em US$ 500 mil que inclui um relógio da marca Rolex de ouro branco cravejado de diamantes.

A ex-primeira-dama negou inicialmente ter conhecido de qualquer conjunto de joias. Durante a apuração, no entanto, após depoimento de uma funcionária do Gabinete Adjunto de Documentação Histórica (GADH) da Presidência, Michelle admitiu que um kit de joias masculinas dado de presente pela Arábia Saudita foi entregue no Palácio da Alvorada, mas negou que tivesse recebido os acessórios em mãos. O estojo continha uma caneta, um anel, um relógio, um par de abotoaduras e um rosário árabe chamado “masbaha”.

— Essas joias que chegaram no Alvorada foram as joias masculinas. Estão associando ao primeiro caso, quando eu falei que não sabia e não sei mesmo. Tanto que as primeiras estão apreendidas na Receita e essas do Alvorada estão na Caixa Econômica Federal — disse Michelle em abril do ano passado.

O gabinete em questão é responsável por receber os presentes entregues ao presidente, fazer a triagem e avaliar o que é presente pessoal, listado como artigo privado do presidente, e o que deve ser encaminhado ao acervo da União.

Os itens, também da marca Chopard, foram devolvidos pela defesa do ex-presidente após determinação do Tribunal de Contas da União (TCU). O conjunto ficou guardado no cofre do Ministério de Minas e Energia por mais de um ano, até chegar ao acervo da Presidência da República.

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