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Colômbia

Milhares protestam na Colômbia contra governo esquerdista de Petro

Protestantes são contrários ao aumento dos impostos para os ricos e reforma agrária

Presidente colombiano Gustavo Petro em discurso na Assembleia Geral da ONU Presidente colombiano Gustavo Petro em discurso na Assembleia Geral da ONU  - Foto: Michael M. Santiago / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP

Milhares de pessoas marcharam nesta segunda-feira (26) pelas principais cidades da Colômbia contra as medidas propostas pelo presidente esquerdista Gustavo Petro, como o aumento dos impostos para os ricos e a reforma agrária.

Em Bogotá, os manifestantes se mobilizaram pelas ruas do centro e se concentraram na Praça de Bolívar, ao lado da sede presidencial, aos gritos de "Fora Petro!".

"Petro prometeu uma mudança de política geral, mas se cercou de políticos corruptos. Isso é enganar", disse à AFP Orlando Novoa, de 60 anos, proprietário de uma construtura com cerca de 30 funcionários, que protestava na capital.

Petro se tornou o primeiro presidente de esquerda da história da Colômbia ao conquistar pouco mais da metade do eleitorado com uma bateria de reformas com o objetivo de aumentar os impostos sobre os ricos, frear a exploração de petróleo e uma reforma agrária para distribuir terras férteis entre os camponeses "sem terra", entre outras.

Para colocar em prática estas iniciativas, Petro formou uma coalizão legislativa majoritária com o apoio de vários partidos tradicionais.

"O país precisa de um gerente, Petro é um político", criticou Cristóbal Osorio, um estudante de 16 anos em Bogotá.

As manifestações percorreram as ruas de Medellín (noroeste), Cali (sudoeste), Bucaramanga (nordeste) e outras capitais com clamor variado.

"Respeito à propriedade privada"

A chegada de Petro ao poder estimulou indígenas e outros camponeses a ocupar à força dezenas de propriedades, em um dos primeiros conflitos sociais do inédito governo de esquerda, que criticou as invasões.

Centenas de pessoas se mobilizaram em Cali vestidos de branco e levantando cartazes que diziam "Respeito à propriedade privada" ou "Petro incentiva o crime em vez da produção".

Na capital, um contra-protesto de dezenas de jovens se formou em defesa do presidente, que foi membro por 12 anos  do M-19, uma guerrilha nacionalista de origem urbana que assinou a paz em 1990.

"É uma desonra ter um presidente guerrilheiro. Fico indignada!", lamentou Manuela Hernández (62), dona de uma empresa de roupas de banho, em Bogotá.

O Congresso debate atualmente um projeto de reforma tributária apresentado pelo governo que pretende cobrar mais impostos das classes altas para financiar seus programas sociais contra a pobreza e a desigualdade.

Seu antecessor, o direitista Iván Duque (2018-2022), enfrentou protestos massivos em 2019, 2020 e 2021, liderados por jovens e setores vulneráveis.

O mais sangrento ocorreu no ano passado, quando Duque tentou taxar a classe média para lidar com os estragos da pandemia, que provocou manifestações violentas que duraram dois meses e deixaram 46 mortos, entre civis e policiais, segundo a ONU.

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