Ministério da Saúde vai penalizar médicos que espalharem desinformação sobre vacina nas redes
Segundo a ministra, a pasta também sonda novas políticas para garantia da prática segura do aborto legal
O governo federal vai formar um grupo de trabalho para punir médicos e outros profissionais que divulgarem desinformação sobre vacinas nas redes sociais, afirmou a ministra da Saúde, Nísia Trindade, em entrevista à Folha de S. Paulo. A equipe de análise será formada por integrantes da Saúde e da Justiça, da Secretaria de Comunicação Social e da Secretaria de Comunicação Social.
Segundo Nísia, o grupo avaliará a possibilidade e aplicação de punição a partir do tipo de desinformação disseminada e o grau de culpabilidade do autor. Publicações falsas sobre vacinação foram tomadas como modelo, mas a medida poderá ser ampliada para outros assuntos de saúde.
Condutas criminosas de médicos e de outras pessoas terão de ser punidas, pessoas que vão às redes falar absurdos, que as pessoas vão morrer se tomar a vacina ou ter alguma sequela disse. E completou: Existem práticas fora do contexto, mas também existem práticas criminosas.
O ministério também deverá trabalhar com lideranças religiosas e "outros formadores de opinião" para tentar resgatar a cobertura vacinal no país. A ministra reconheceu que o resultado do movimento de vacinação está devagar.
Está devagar, sem dúvida, com todo o esforço que está sendo feito. O Ministério da Saúde voltou a fazer campanha, voltou a dizer claramente que as pessoas têm que se vacinar. Nós estamos com micro planejamentos, tendo início na região Amazônica. Vamos atuar junto às prefeituras, com lideranças religiosas, outros formadores de opinião, Ministério da Educação avaliou.
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A campanha de multivacinação foi iniciada no Amazonas e no Acre em maio, e será ampliada no segundo semestre nos outros estados e Distrito Federal. O adiantamento da iniciativa nas duas áreas aconteceu após a confirmação de um caso de poliomielite no Peru.
Políticas para aborto legal
A titular da Saúde reforçou que a prática do aborto legal continuará a ser tratada como saúde pública pelo ministério, e que há novas políticas sobre o tema sendo sondadas. As propostas, contudo, não foram detalhadas.
Há estudos sendo feitos para ocorrerem políticas. O que nós já definimos e está em curso é cumprir a legislação existente, como dar acolhimento à mulher no sistema de saúde para que ela tenha segurança no caso de ser necessária a prática (em casos permitidos) disse.