Ministério de Damares retira do ar nota em que lamentava mortes no Jacarezinho
a nota dizia que a pasta entendia ser urgente a necessidade de combate ao crime organizado
Comandado por Damares Alves, o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos tirou do ar uma nota em que se solidarizava pelas mortes na operação policial na favela do Jacarezinho, na zona norte do Rio de Janeiro.
Publicada na sexta-feira (7), a nota dizia que a pasta entendia ser urgente "a necessidade de combate ao crime organizado, ao tráfico de drogas e às demais atividades marginais que acontecem na cidade", e afirmava que "essas [operações] devem ocorrer de forma a proteger a vida de todos, especialmente dos moradores que, também, são vítimas e reféns de atividades criminosas."
A nota estava hospedada neste link. Ela foi reproduzida pela página da EBC, que a mantém no ar até o momento
Após a publicação da nota, a ministra passou a ser pressionada nas redes sociais por apoiadores radicais de Jair Bolsonaro, que têm insistido em narrativa de que as vítimas da operação eram todos criminosos, com exceção do policial.
Leia também
• Sem provas, Bolsonaro classifica mortos de Jacarezinho como traficantes que 'roubam e matam'
• Polícia Civil corrige número de mortos no Jacarezinho
• Dor e lágrimas marcam enterro de vítimas de ação policial no Jacarezinho
O próprio presidente escreveu que "a mídia e a esquerda" comete ofensa ao povo ao "tratar como vítimas traficantes que roubam, matam e destroem famílias". As investigações ainda não foram concluídas.
Nesta segunda-feira (10), a nota do Ministério da Saúde já não pode mais ser acessada no site do governo federal, o que se tornou motivo de comemoração para os bolsonaristas.
"Com certeza, presidente! A mídia de esquerda tem sido o câncer desta nação. Alerto, com muito respeito, que a Assessoria de Comunicação do MDH fez a mesma coisa e depois que alertei sobre nossas diretrizes conservadoras, tiraram o link do ar", escreveu Sandra Terena, ex-secretária da pasta de Damares Alves, na publicação em que Bolsonaro criticava a imprensa.