Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva está sendo enrolada pelo presidente Lula. Veja os motivos
O sim de Marina a Lula caiu na galhofa, porque ninguém acredita que o presidente recue em apoio à Petrobras
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, caiu no papo de Lula, aceitou permanecer no Meio Ambiente, mas verá, em breve, que cometeu um erro político. Em Brasília, entre o Palácio do Planalto e os salões Verde e Azul do Congresso, o sim de Marina a Lula caiu na galhofa, porque ninguém acredita que o presidente recue em apoio a Petrobras, que quer explorar petróleo no Rio Amazonas.
Lula ficou contrariado com o tom usado por Marina, na quarta-feira, quando ela disse, em audiência na Câmara, que o desmonte de seu ministério poderia até mesmo inviabilizar o acordo União Europeia-Mercosul. Marina se ilude quando aposta em “compensações”, que não se resumem à garantia do presidente de se debruçar com atenção sobre o impasse envolvendo a exploração de petróleo na foz do Rio Amazonas.
Uma das ideias consiste em fazer uma espécie de administração compartilhada do Cadastro Ambiental Rural (CAR), que foi transferido para o Ministério da Gestão. Seria um modelo de regulação interna, dependendo apenas de uma portaria, para determinar que as licenças continuassem a ser autorizadas pelo Meio Ambiente.
Lula recebeu, ontem, Marina e a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, esta que também teve seus poderes esvaziados pelo Congresso. Prometeu a ambas trabalhar para reverter o esvaziamento de suas pastas promovido pela Câmara ao alterar a Medida Provisória (MP) de reestruturação da Esplanada dos Ministérios.
O texto removeu competências importantes das duas titulares do primeiro escalão do governo e teve voto de quatro parlamentares do PT, sem que o governo atuação para proteger as Pastas de Marina e Sônia Guajajara. Após o encontro, Marina e Guajajara não participaram da entrevista em que os ministros relataram o que foi tratado na reunião com Lula. Segundo Padilha disse que as ministras se ausentaram porque teriam outras agendas.
O governo não fez nenhum movimento para ajudar a blindar o ministério de Marina no Congresso e quatro parlamentares do PT votaram para aprovação do relatório – a comissão é formada por 19 deputados e senadores; 18 participaram da votação. Além disso, a exploração de petróleo na foz do Rio Amazonas virou um cabo de guerra entre os ministros Alexandre Silveira, de Minas e Energia, e Marina. Enquanto a Petrobras defende o projeto, o Ibama recomendou o indeferimento do pedido de licença ambiental feito pela companhia.