Ministra indicada por Lula ao STJ toca e canta hit de Anitta ao discursar em evento da OAB
Daniela Teixeira também citou a estrela americana Taylor Swift durante a IV Conferência Nacional da Mulher Advogada
Indicada recentemente pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para uma cadeira no Superior Tribunal de Justiça (STJ), a ministra Daniela Teixeira chamou atenção do público ao discursar em um evento da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) nesta quinta-feira.
Uma das últimas a tomar a palavra no palco da solenidade de abertura da IV Conferência Nacional da Mulher Advogada, em Curitiba, Teixeira pegou o celular ao fim do pronunciamento e, aproximando a saída de som do microfone, colocou para tocar o hit "Show das Poderosas", da cantora Anitta.
O gesto animou a plateia, que acompanhou a letra com palmas. Em dado momento, a ministra chegou a arriscar cantar junto com a música, em momento transmitido ao vivo pelo YouTube.
— Então é isso. Poderosas, arrasem — encerrou Teixeira após interromper o áudio.
Em outro momento do discurso, a ministra também mencionou a estrela norte-americana Taylor Swift. Ela frisou que o "sucesso absoluto" da artista, chamada de "maior fenômeno de todos os tempos", "não fala só sobre música", mas "sobre mulheres". Segundo Teixeira, Swift "superou homens em todos os quesitos".
— Minha filha está muito melhor com Taylor Swift, Miley Cyrus e Anitta. A geração dela é que vai se levantar contra essa vergonha nacional que é a violência doméstica contra as mulheres — reforçou a magistrada.
Leia também
• Lula vai receber 5 setores na Granja do Torto; encontros podem começar semana que vem
• Desenrola segue longe da meta de Lula para estimular consumo
Daniela Teixeira foi indicada por Lula para integrar o STJ em agosto do ano passado. Ela é advogada com mais de 20 anos de atuação e próxima a integrantes do grupo Prerrogativas, que costuma aconselhar o presidente em temas jurídicos.
Como advogada, Teixeira defendeu investigados na Operação Lava-Jato, como Jacob Barata Filho, empresário do ramo de transportes do Rio de Janeiro, e João Cláudio Genu, ex-tesoureiro do PP. Em 2019, ela já havia feito parte de uma lista tríplice para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mas não foi escolhida pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.
Três anos antes, ela discutiu com Bolsonaro, então deputado federal, no plenário da Câmara. Em meio a uma sessão sobre violência contra a mulher, Teixeira fez referência ao fato de que Bolsonaro era réu por incitação ao estupro e por injúria, por ter dito que a deputada Maria do Rosário (PT-RS) não merecia ser estuprada porque ele a considera "muito feia".
Com histórico de atuação em prol dos direitos das mulheres, Daniela viveu na pele as dificuldades enfrentadas pelas advogadas de todo o país. Em 2013, aos cinco meses de gestação, após ficar durante dez horas em uma audiência no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) sem poder sair, comer ou beber água, precisou sair diretamente para um hospital de Brasília — onde, duas semanas depois, deu à luz, em um parto prematuro.
A experiência de Daniela como uma advogada gestante fez com que ela batalhasse pela criação da Lei Federal 13.363, de 25 de novembro de 2016, que dispensa mulheres grávidas e lactantes de passar em aparelhos de raio-X ao entrar nos fóruns e tribunais. As advogadas chegam a fazer essa inspeção 30 vezes por semana, o que pode fazer mal ao bebê. Agora, elas são revistadas manualmente.